Carol Rodrigues
Notícias Gerais
Nesses dois meses de Notícias Gerais, a prática diária fez com que eu me apaixonasse ainda mais pelo jornalismo. Acredito muito no poder da profissão e em como somos capazes de tocar pessoas e retratar o mundo. Quando a Najla Passos me convidou para compor a equipe, fiquei muito feliz de poder trabalhar com pessoas tão incríveis e aprender tanto.
Inúmeras matérias me tocaram durante esse período que o portal está funcionando. Mas acredito que a que mais me emocionou foi sobre um cavalo, vítima de maus tratos por anos, que morreu nas ruas de São João del-Rei. Mas também noticiamos coisas boas e, para mim, a mais gostosa de apurar foi sobre como a quarentena mudou nossos hábitos e como as pessoas são capazes de se reinventar durante este difícil momento da pandemia de Covid-19.
Cavalo morre nas ruas de São João del-Rei
A “cidade onde os sinos falam” foi minha casa por quatro anos durante a graduação. Ali conheci as ruas de pedras, os casarões e me apaixonei pelo pôr do sol.
Mas nessas mesmas ruas, um animal morreu no dia 19 de abril, depois de uma vida de maus tratos. Apurar foi difícil, difícil achar testemunhas, difícil ouvir a história, difícil não se indignar ou ficar com o estômago embrulhado.
Depois de dias vagando doente pela cidade, o cavalo não aguentou mais: caiu e não podia se levantar. Quando o tentava, só servia para se machucar ainda mais. Veterinários e transeuntes tentaram ajudá-lo, deram remédio, cuidaram dos ferimentos, mas não foi suficiente.
O animal precisou ser sacrificado, não sem antes “chorar porque nunca tinha tido tanta atenção”, como dissera uma testemunha. Mas também foi bom ver o empenho de pessoas como a Luanda Conrado, presidente da Comissão de Proteção aos Animais de Tiradentes, em tratar com cuidado o cavalo e tentar levar o responsável à justiça.
Nem só de notícia ruim: a reinvenção na quarentena
A gente também fala sobre coisa boa e divertida! Em uma reportagem especial para o NG, falei sobre como nossos hábitos foram alterados bruscamente pela quarentena. Até mesmo as pesquisas no Google mudaram, menos “bares” e mais “comprar quebra cabeça”, menos “passagens de avião” e mais “como cortar cabelo em casa”.
Para procurar mais histórias, perguntei no Instagram o que as pessoas estavam fazendo de novo. Foi quando um antigo colega me respondeu, dizendo que estava aprendendo a fazer malabarismo andando de patinete – isso mesmo, tudo ao mesmo tempo! Foi muito bom passar alguns minutos ao telefone dando boas risadas em meio a essa crise mundial.
Nessa mesma pauta, também tive a oportunidade de conversar com um colega de trabalho: um fotógrafo que tem feito um registro por dia, durante o distanciamento social, para manter a criatividade e levar inspiração para outras pessoas. Eu, como fotógrafa e amante da arte, me apaixonei pelas imagens e pela iniciativa.
No jornalismo diário, cada hora é um desafio. Mas nós enfrentamos todos eles, pela amor à profissão. Em momentos como esse, vemos como informação de qualidade faz a diferença.
