Kamila Amaral
Notícias Gerais
Na manhã desta sexta (30), trabalhadores da educação de Barbacena realizaram um ato virtual contra a retomada das aulas presenciais nas escolas da cidade. O movimento “Educadores pela Vida” surge após o Governo de Minas anunciar, no último dia 24, que pretende autorizar o retorno às aulas presenciais nas cidades classificadas na onda vermelha do programa “Minas Consciente”.
“É importante deixar claro que nós não somos contra a volta às aulas presenciais; nós somos contra (o retorno) das aulas presenciais nesse momento, considerando a situação da pandemia e a taxa de ocupação dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) em Barbacena”, afirma a coordenadora da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) de Barbacena, Aline Araújo. Segundo o boletim epidemiológico atualizado na noite desta quinta (29), em 24 horas, Barbacena registrou mais 70 pessoas com a Covid-19, totalizando 5.534 casos confirmados desde o início da pandemia. A cidade segue com ocupação total dos 30 leitos de terapia intensiva reservados para enfrentamento à pandemia e custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também se posicionou contrário à reabertura das escolas na onda vermelha e emitiu uma recomendação de que a Prefeitura de Barbacena só permita a volta às aulas presenciais quando a cidade avançar para a onda amarela do plano do Governo Estadual.
É importante lembrar que, mesmo após a liberação do Governo do Estado, é necessária a autorização da administração municipal para que as escolas voltem a funcionar.
Apesar de concordar com o posicionamento do MPMG sobre a não abertura das escolas na onda vermelha, o Sind-UTE também é contra a volta às aulas presenciais mesmo na onda amarela. A coordenadora do sindicato cita, à reportagem, também que existe um movimento em andamento pela vacinação dos profissionais da educação. Segundo ela, no entanto, isso não resolvia o problema, já que os alunos e as famílias continuariam expostos ao risco de contaminação.
“Não estamos pedindo a vacinação só para os profissionais da educação, a gente precisa que todos estejam imunizados e que a taxa de contágio esteja baixa, precisamos proteger todo mundo”, defende.
Denúncia
Tanto o Sind-UTE quanto o Ministério Público denunciam que duas escolas da rede particular de ensino, em Barbacena, teriam retomado as atividades presenciais durante a última semana, mesmo sem autorização. O MPMG recomendou que esses estabelecimentos suspendam as atividades até que sejam cumpridos todos os requisitos para abertura das escolas – entre eles a autorização da Prefeitura de Barbacena.
Segundo apuração do Notícias Gerais, uma reunião entre a Prefeitura Municipal e a Frente Popular pelos Direitos, da qual o Sind-UTE faz parte, para discutir o assunto está marcada para ocorrer na próxima segunda (3).
Serviço essencial
Nesta quinta (29), após pressão de grupos ligados à educação, foi retirado de pauta no Senado o PL 5595/20, cuja proposta é classificar a educação como atividade essencial.
“A gente considera essa mais uma vitória, porque se a educação for considerada serviço essencial perderíamos nosso direito de greve”, explica Araújo.
