Foi com espanto que um dos colaboradores da Folha de Barbacena (FB) recebeu na noite do último sábado (23/05) alguns áudios, de diversos amigos, que circulavam pelo Whatsapp. Os áudios, que fazem parte de uma conversa de um grupo, acusavam o estagiário da Folha de Barbacena (FB), Iuri Fontora, de ter criado uma petição on-line contra a abertura do comércio da cidade. Ao final dos áudios também há uma ameaça de agressão.
No primeiro áudio um homem faz a acusação e a ameaça, usando uma expressão popular. “Gente, boa noite! Eu já descobri quem está fazendo a petição para não abrir o comércio. É o que se acha jornalista do Canal Mantiqueira, um ‘faveladozinho’ ali do Santa Luzia. Pegar esse cara e dar um pau nele”, afirma o áudio.
No segundo áudio novas acusações mentirosas são feitas. “Esse vulgo que se acha jornalista aí é aluno da UFSJ. Das campanhazinhas de esquerda. Tá morrendo de rir da cara da gente”, completa.
Como apurado pela FB, Iuri é nominalmente citado durante a conversa, o que confirma que o áudio vazado realmente se referia a ele. Formas pejorativas também são usadas, como “Zé Droguinha do Santa Luzia”.
Aos fatos
A petição on-line que começou a ser feita no sábado (23/05), contra a abertura do comércio, não foi feita por Iuri Fontora. Tal afirmação é uma obviedade, já que o autor de todas as petições públicas feitas pela Avaaz consta na própria página, como mostra a imagem a seguir:
Em nenhum momento a verdadeira autora da petição – Camila S. – negou a autoria através de suas redes sociais, já que não existe irregularidade do ponto de vista jurídico em criar um abaixo-assinado on-line, para qualquer um dos pontos de vistas apresentados, favoráveis ou contra a abertura.
O estagiário da Folha de Barbacena, durante todos os anos em que está na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), nunca compôs nenhum movimento político estudantil na instituição. Sua dedicação foi para o ensino e a pesquisa.
Diante da gravidade das acusações e a ameaça, foram tomadas todas as medidas necessárias junto as autoridades, com a coleta de todo o material pelo jovem repórter. “Divergências de pensamento não são resolvidas com violência, ameaça e mentira. Não me calo diante dessa situação, pois não se pode dizer o que quiser sem provas e acreditar que ficará por isso mesmo, ainda que em um grupo restrito. Tenho certeza que esse não é o pensamento da maior parte dos comerciantes que são tão importantes para a cidade e vivem uma situação complicada com a pandemia, a essas pessoas o meu total respeito. Tenho orgulho da UFSJ, que tem uma das melhores avaliações no curso de jornalismo do País e que trabalha arduamente com projetos de ciência e extensão para colaborar para que possamos sair dessa crise da melhor forma possível. Termino com o que diz Maurício Tapajos ‘Você corta um verso, eu escrevo outro […] De repente olha eu de novo'”, afirma Iuri.