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POLÍCIA CIVIL TERMINA INVESTIGAÇÕES SOBRE INCÊNDIO EM PRÉDIO DE BARBACENA

Foto: Corpo de Bombeiros – divulgação

Redação
Notícias Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu as investigações relacionadas ao incêndio de um prédio em Barbacena, que ocorreu no dia 15/3.

O crime resultou na morte de Thiago Faria e sua filha Helena, de quatro anos, destruição total de sete veículos e na destruição parcial de outros três, além de asfixiar vários moradores do prédio, entre idosos e crianças, com a fumaça gerada pelo incêndio iniciado na garagem.

De acordo com a polícia, “todas as diligências cabíveis” foram esgotadas – inclusive, com laudo pericial de levantamento de local, laudo de necropsia, depoimentos de vítimas e testemunhas, além de circuito interno de câmeras que registrou o crime e o autor, sub-tenente da Aeronáutica José Ricardo Rossi dos Santos. O pano de fundo da ação é a violência doméstica contra sua ex-esposa que morava no imóvel.

Por respeito aos familiares de Thiago, que faleceu no último domingo (12), a polícia vai aguardar a missa de sétimo dia para solicitar a cópia da certidão de óbito – necessária para o caso ser oficialmente informado à Justiça.

Assim, o militar vai responder pelos seguintes crimes: dois homicídios consumados (Thiago e Helena), homicídios tentados (demais moradores), danos qualificados e crime de incêndio.

Relembre o caso

Manhã de domingo (15/3), próximo às 5h40, o Corpo de Bombeiros de Barbacena era acionado para comparecer a Rua José Felipe Saad, onde um prédio estava em chamas, no bairro São Geraldo.

O início do incêndio foi em um veículo estacionado na garagem do prédio, que propagou o fogo para outros onze. Todos ficaram destruídos e geraram muita fumaça, o que impedia a saída da população do prédio. 28 moradores foram retirados pelos militares e voluntários por uma janela do primeiro pavimento, com o uso de uma escada de incêndio.

Em entrevista à jornalista Carol Rodrigues, do Notícias Gerais, Hélio Ladeira, de 74 anos, vizinho do prédio e voluntário no resgate às vítimas, deu mais detalhes sobre o episódio. Hélio contou que estava sozinho em casa, na madrugada de domingo, e acordou com o barulho do incêndio.

Com a chegada dos militares, o operador de máquinas se prontificou a ajudar no resgate das vítimas, que desciam pela sua garagem. “Primeiro achei que estava pegando fogo lá em cima”, conta, referindo-se ao apartamento dos pais de Helena. “A menina era uma gracinha, as vezes eu estava na garagem e via ela passar com um sorriso no rosto”, completa, emocionado.

Veja o momento do resgate das vítimas:

No mesmo dia, equipes responsáveis identificaram que o prédio não possuía o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB): documento que certifica as condições de segurança contra incêndio e pânico.

Além disso, a Polícia Militar também iniciou as buscas pelo responsável em iniciar o incêndio. O homem suspeito seria ex-marido de uma moradora do prédio, tendo sido o término do relacionamento o motivo da ação.

O indivíduo foi identificado como o sub-tenente da Aeronáutica José Ricardo Rossi dos Santos, 45 anos. Ele foi visto por fontes ouvidas, durante o salvamento do Corpo de Bombeiros, próximo ao local da tragédia; e teria sido foi gravado por câmeras de segurança de residências vizinhas, retirando gasolina de um veículo Fiat Idea. Nenhum morador do prédio possuía Fiat Idea.

No início da noite, os policiais se deslocaram até a residência de Rossi. “Ele nos atendeu e foi cooperativo. Acabou confessando que queria causar um dano à esposa, já que ele havia contraído um empréstimo em nome dela e queria fazê-la pagar por isso”, explicou o tenente-coronel. Rossi foi preso em flagrante de delito e levado à Delegacia Regional de Barbacena.

No entanto, a luta de Thiago pela vida continuava. Com queimaduras graves, ele foi encaminhado para cirurgia, ainda no domingo do crime, no Hospital Regional de Barbacena.

Dois dias depois, em 17/3, o publicitário foi transferido pelo helicóptero do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. A instituição é referência para o tratamento de queimados na América Latina.

Naquela época, o quadro de saúde de Thiago era estável, mas delicado, visto que teve parte de seu corpo queimado em decorrência do incêndio.

Thiago faleceu nesse domingo (12).

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