Lívian Alves Ferreira *
Ӄ preciso ofertar
O amor mais sincero
O sorriso mais puro
E o olhar mais fraterno
O mundo precisa
Saber a verdade
Passado não volta
Futuro não temos
E o hoje não acabou
Por isso ame mais, abrace mais
Pois não sabemos quanto tempo temos pra respirar
Fale mais, ouça mais
Vale a pena lembrar que a vida é curta demais”
A música composta por Thiago Brado, em 201,3 sempre teve muito sentido, mas nosso momento atual, em plena pandemia, faz mais sentido que nunca, na monotonia do dias em que estamos vivendo fica cada vez mais claro que realmente, o passado não volta.
Se eu pudesse voltar em um momento da minha vida, voltaria exatamente em março desse ano (2020), onde eu ainda tinha esperança de um ano incrível, rodeada das pessoas que eu amo e curtindo cada momento na vida como se fosse o último, meu ultimo desejo citado eu alcancei, de um jeito completamente diferente do que eu esperava, mas eu realmente comece a valorizar mais as pequenas felicidades da vida, porque de fato, poderiam ser o último momento.
Eram meados do mês de março, eu estava em uma viagem ao Rio de Janeiro com minha família, estávamos todos vendo televisão, quando a assustadora e temida vinheta do plantão da Globo soou e junto dela o noticiário informou a primeira morte confirmada no Brasil em decorrência da Covid19. Ainda estagnados com a notícia, naquele momento tivemos certeza que a doença era uma realidade próxima.
Amar mais continua sendo possível, abraçar mais se tornou mais difícil, entretanto, é necessário que aproveitemos cada momento da melhor forma.
No dia seguinte acordamos com a informação de que a cidade carioca entraria em Quarentena – termo que ainda era novidade para o nosso vocabulário – pois o distanciamento social era a maneira mais eficaz no combate a propagação do vírus, e com isso, os pontos turísticos, aeroportos e as principais vias de acesso a capital ficariam fechadas por tempo indeterminado. Instantaneamente um misto de sensações invadiu o nosso silencio ensurdecedor, o medo de ficarmos “presos” no Rio de Janeiro, a frustração pela viagem interrompida e a preocupação com a velocidade de propagação do vírus, entretanto, estávamos esperançosos de que tudo não passasse de um breve pesadelo.
Hoje, oito meses após o inicio da pandemia, estamos aptos a uma nova realidade, as aulas se tornaram virtuais, os encontros de família passaram a ser por chamas de vídeo, as viagens previstas para fazer durante o ano foram canceladas e os presentes não podem mais ser acompanhados de um forte abraço. Amar mais continua sendo possível, abraçar mais se tornou mais difícil, entretanto, é necessário que aproveitemos cada momento da melhor forma.
Quando iremos poder abraçar ainda é incerto, mas a única certeza presente é que realmente não sabemos quanto tempo temos pra respirar – no sentido mais literal da palavra, ressaltando que a covid trás consigo problemas respiratórios . Limitados do abraços, mas certos de uma hora esse momento agonizante vai passar, nos resta ofertar o amor mais sincero, o sorriso mais puro e o olhar mais fraterno as pessoas mais especiais.
* É estudante de Comunicação – Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Caetano para a disciplina Produção Textual.