Kamila Amaral
Notícias Gerais
Na manhã desta terça (22), moradores da rua Rossevelt Roque Giarola na Colônia do Marçal, em São João del-Rei, se reuniram com a Procuradoria Geral do Município para tratar da situação da via urbana. Os moradores alegam que sofrem há anos com a falta de asfaltamento no local.
Na rua de terra batida, os moradores enfrentam, além de prejuízos materiais, problemas de saúde causados pela poeira originada da via. O policial penal Michael Gustavo de Souza mora no local há cerca de quatro anos e teve o filho, de apenas quatro meses, internado na semana passada por causa de problemas respiratórios.
Michael explica que existe um processo judicial sobre estado no qual a rua se encontra. Inicialmente, seria construído um condomínio no local, o projeto não foi levado adiante e o dono optou por abrir a rua e vender os lotes. Agora, a Prefeitura Municipal de São João del-Rei e o antigo dono dos lotes empurram a responsabilidade entre si.
“Eles ficam nesse impasse e a gente está no meio dessa situação”, afirma Souza. Segundo ele, o local possui toda a estrutura necessária, rede de água e esgoto e iluminação pública: a única coisa que falta é a pavimentação e, mesmo assim, têm conhecimento de ruas com menos estrutura que estão sendo asfaltadas na cidade.
A reivindicação dos moradores é que o processo judicial seja arquivado para que a administração municipal possa realizar as obras de pavimentação na rua. Os moradores afirmam que a prefeitura tem a verba necessária para realização da obra, mas o impasse judicial impede que o projeto saia do papel.
Nilson Alves Domingos, aposentado, reside no local há mais de dez anos e revela que essa não é a primeira vez que os moradores se mobilizam para tentar resolver a situação. No entanto, o problema nunca é solucionado.
“É porque não é na rua deles, aí eles não fazem nada e não deixam os outros fazerem”, desabafa o morador.
Domingos sofre com hipertensão e problemas cardíacos e conta que cogita a venda do seu imóvel na rua, mas que houve a desvalorização da residência por conta da não pavimentação do local. “A gente sofre muito. Eu tive um irmão que era uma pessoa com deficiência, uma vez ele chegou a cair da maca. Quando ele faleceu, o carro não pôde nem deixar o caixão dele lá, teve que ser na mão mesmo”, revela o aposentado.
Mesmo com a reunião desta terça (22), as partes envolvidas não chegaram a um acordo e a situação permanece a mesma.
O que diz o procurador
A reportagem tentou contato com o procurador de São João del-Rei. No entanto, até a publicação desta matéria, às 18h, não houve retorno. Se e quando ocorrer um posicionamento, será adicionado.
O Notícias Gerais segue disponível para ouvir os envolvidos.