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NO TWITTER, MULHERES DENUNCIAM CASOS DE ASSÉDIO E ABUSO SEXUAL PRATICADOS POR MORADORES DE SJDR

Rhayssa Souza
Especial para o Notícias Gerais

A publicação de mais de cem relatos de casos de violência sexual contra mulheres em dois perfis da rede social Twitter, só na noite de sábado (16), causou perplexidade. As denúncias envolvem casos de estupro, ameaça, assédio moral e sexual, além de violência psicológica e física cometidas por moradores de São João del-Rei. 

O maior dos dois perfis é o exposed sjdr., criado este mês, com o objetivo de denunciar “o assédio, a importunação pessoal, o estupro e demais crimes contra a dignidade sexual de mulheres”.

Já registra mais de 2,1 mil seguidores e alerta que não se responsabiliza pela veracidade das denúncias, muitas delas feitas de forma anônima. O cuidado é uma tentativa de proteger o perfil de possíveis medidas legais já que, em alguns casos, nomes, sobrenomes e cargos dos acusados estão expostos sem que haja a apresentação de provas ou mesmo de uma denúncia formalizada contra eles.

“Este espaço foi feito com a intenção de alertar mulheres e criar uma rede de apoio a quem foi assediada ou violada por homens de São João. A gente sabe da complexidade dessas denúncias e não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos, muitas denúncias são anônimas”, afirma.

UFSJ anuncia providências

Print feito às 10h desta segunda.

O segundo perfil, @exposedsjdr, também foi criado este mês e conta com pouco mais de mil seguidores. Nele, a maioria das acusações são contra estudantes e professores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Da mesma forma que o outro, publica denúncias anônimas não devidamente formalizadas e apuradas. Na manhã desta segunda (18), após a repercussão do caso, a conta foi removida. 

No domingo (17), o reitor da instituição, Marcelo Pereira de Andrade, repudiou as ocorrências de violência envolvendo membros da comunidade acadêmica e afirmou que a UFSJ vai encampar e liderar campanhas de esclarecimento e conscientização.

“Além disso, por meio da Proae (Pró-reitoria Assuntos Estudantis), a Universidade vai criar uma comissão para cuidar desse tipo de denúncia e prestar todo apoio às mulheres que estiverem nessa situação”, afirmou.

O que fazer em caso de violência contra a mulher?

A advogada Gabrielle Almeida orienta que, em caso de emergência relacionadas à assédio, violência ou abuso, a mulher deve acionar o 190 para que a Polícia faça a intervenção e o flagrante. 

“Caso a mulher seja vítima constante de qualquer tipo de violência, esteja sendo ameaçada e tenha medo de se identificar, ela deve ligar 180”, acrescenta a advogada, lembrando que não precisa ser a própria vítima para fazer a denúncia.

Gabrielle destaca também que a mulher pode fazer a denúncia diretamente na Delegacia da Mulher. Em de São João del-Rei, a Delegacia da Mulher está funcionando em regime de agendamento nesta quarentena. Atende vítimas não só da cidade, mas também da região. O contato pode ser feito pelo WhatsApp (32) 99916-3207.

Ela acrescenta que a vítima pode ainda procurar o Ministério Público, acompanhada ou não de um advogado. “Em algumas regiões, existem órgãos da Defensoria Pública especializados em atendimento à violência contra a mulher”, ressalta.

Gabrielle ressalta que qualquer pessoa pode denunciar qualquer tipo de violência contra mulher, e que “em alguns casos, nos quais o delito é condicionado à representação, a vítima tem o prazo de 6 meses para informar se tem interesse no prosseguimento do processo”. De acordo com a advogada, em casos de crimes de ação pública incondicionada, o Ministério Público atuará independente do interesse da vítima.

Outra opção, segundo a advogada, é procurar o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), que pode prestar auxílio e orientar as mulheres quanto aos seus direitos.

Redes de apoio

Em uma live promovida pela Seção Sindical dos Docentes da UFSJ (Adufsj), no dia 30 de abril, a estudante de Psicologia da UFSJ, Bianca Liboreiro, apresentou as três opções de acesso às redes de apoio à mulher vítima de violência: pela porta da segurança pública, da rede pública de saúde e da assistência social.

Confira o vídeo e saiba como se proteger:

Vídeo: Adufsj

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