Maura de Nazareth *
Em meio a pandemia, chega o dia do meu aniversário, o que me faz pensar em quantas pessoas já passaram por essa experiência única, nesses 30 dias de distanciamento social.
Única sim, é claro, pois por mais que já tenhamos nos isolado em casa, numa viagem curta ou longa, para “fugir” dessa data que chega repleta de reflexões, obrigatoriamente em casa e agradecendo por cada dia vencido, não só os anos já vividos, isso nunca experimentamos. Nenhum de nós. E, agora, chegou a hora. Pelo menos daqueles que fazem aniversário nos meses de março, abril, maio, junho e sabe-se lá mais quantos meses… bom nem pensar… lembrem-se: um dia de cada vez, já disse isso, não é?
Vemos todos os dias nos noticiários, nos programas de TV e entre pessoas do nosso convívio, mil maneiras alternativas de comemorar o aniversário durante o isolamento social e somente uma coisa me vem a cabeça: quantas vezes deixei de comemorar com amigos e familiares uma data tão importante…
Pode até não parecer importante, afinal é um dia como qualquer outro, mas não é! De jeito nenhum, é o dia mais importante para você mesma e para aqueles que te querem bem, porque é o dia em que o necessário agradecimento diário se completa durante todo o dia.
Sim, fazer aniversário é agradecer a benção da vida, de mais um ano de vida! Como temos nos esquecido disso! Acabou sendo só aquele dia em que pensamos somente para decidir se vamos comemorar ou não e em que recebemos mensagens no telefone, nas redes sociais, ligações de parentes e amigos… essas cada vez mais deram espaço para as virtuais, mais prática e rápida, claro. Não que não seja bom; é ótimo ser lembrado e receber o carinho de pessoas queridas. Mas não pode ser só isso.
A vida é uma benção e cada minuto dela vale ouro! Isso é outra coisa que essa pandemia nos fez meditar; a preciosidade da vida… aquela que estávamos deixando de lado por uma razão ou outra, deixando passar na batalha do pão de cada dia, da educação dos filhos, a nossa própria, a ascensão profissional, a busca do reconhecimento, enfim, aquilo que hoje, não parece tão importante, pelo menos não mais importante do que estar vivo e respirar cada segundo de sua vida como se fosse o último, ou seja, plenamente, sem deixar nada para depois…
Então é isso, no dia de hoje, todo o dia, estarei agradecendo pelos muitos anos já vividos e por ter tido a oportunidade, mais de uma vez no meu caso – quem já superou doença grave sabe do que estou falando -, de refletir como minha vida é importante. Como acordar todos os dias, com saúde, ainda que balançada por uma ou outra razão, é uma benção. A benção diária do recomeço, do fazer agora, do sentir agora, do viver o agora. O mais plenamente possível.
Deus, obrigada. Sinceramente obrigada, por tudo e por todos!
Que assim seja, para todos!
- É juizforana e mora em Brasília (DF).
