Maura de Nazareth*
Já completamos mais de um ano de pandemia.
E quando penso que o que nos moveu até aqui, a suportar o isolamento social, a perda de entes queridos, a crise econômica, foi a frase “tudo vai passar”…
E a cada mês, repetíamos, vai passar…
E 2021 chegou, passou o carnaval, está chegando a semana santa, e não passou…
E pior, piorou!
Nunca imaginamos que estaríamos, um ano depois, diante de mais de duas mil mortes diárias pela covid-19, quando em fevereiro de 2020 nos solidarizávamos sentidamente com a Itália que teve o máximo de 900 mortes diárias e com o que achávamos que tinha sido o pico da doença no Brasil com pouco mais de 1000 mortes diárias.
A descoberta da vacina era a nossa esperança e várias foram fabricadas, com o empenho diuturno dos profissionais de empresas diversas. Um verdadeiro milagre considerando a velocidade com que chegaram aos imunizantes. Mas aqui no Brasil, ela vem vindo a passos de tartaruga, enquanto a covid-19 bate em mil a velocidade da lebre.
Aliás, esse vírus maldito se fortaleceu, está dez vezes mais contagiante que antes e dez vezes mais agressivo… Jovens estão morrendo em maior número e mais rápido.
Fico pensando no que aconteceu. Por que será que falhamos tanto? Será que nos acostumamos com esse minúsculo e poderoso monstro invisível? Nos adaptamos às máscaras, não contraímos a doença ou se contraímos foi leve, então tudo bem, eu posso lidar com isso, dá pra relaxar, afinal, estamos cansados disso tudo…
Não, não podemos lidar com isso levando a vida que tínhamos antes, só que de máscaras. É preciso mudar e não somente o comportamento, a cabeça, a mente. Finalmente entender que estamos envolvidos pelo vírus que está em toda parte e com o nosso relaxamento ele somente ganha força e fica cada vez mais poderoso.
Estamos em uma guerra, mas não desarmados.
Nossa maior arma é a vacina, mas enquanto ela não chega em nosso braço, devemos lutar com as armas que já conhecemos bem: Ficar quieto em casa o máximo que pudermos!
Continuar lavando as mãos e tudo que entra em casa, usar máscaras que realmente nos proteja e rezar muito, muito, pedindo a proteção divina, pedindo a força necessária para suportar tudo isso e ainda as tristes notícias de pessoas queridas doentes ou morrendo que cada vez aumenta e chega mais perto de nós.
Eu sinceramente queria escrever outras coisas nesse texto de mais de um ano de pandemia. Queria poder comemorar o fim ou a visão do fim da pandemia, mas infelizmente esse cenário ainda vai demorar e para que ele chegue um dia, vamos retomar aquela força que tivemos no início da pandemia, aquela esperança de que tudo vai passar, ainda que demore e vamos fazer o máximo que pudermos para evitar a contaminação.
A cada dia que se ganha sem ser infectado é um dia a menos de UTIs superlotadas. Pensemos nisso. Cumpramos o que já sabemos que dá certo. De nada adianta ficar um mês em casa e “somente um dia” querer sair e se colocar em situação de risco. Basta um minuto para ocorrer o contágio…
Então agora não somente mais um dia de cada vez, mas um minuto de cada vez. Procuremos estar sempre atentos.
Já sabemos o que fazer, então façamos! Pelo nosso bem e de todos ao nosso redor.
* É juizforana e mora em Brasília.
