Redação
Notícias Gerais
O Movimento Mulheres em Luta, de Barbacena, convoca as trabalhadoras do município e da região a aderirem a jornada nacional de lutas para combater o novo coronavírus e o machismo, que será realizada desta sexta (10) até o domingo (12).
Dentre as pautas do movimento está a luta por quarentena geral de 30 dias, com estabilidade de emprego e garantia de renda para todos e o combate ao machismo e à violência contra a mulher, como a implementação de políticas públicas específicas para o período de pandemia.
“As mulheres trabalhadoras, que mais sofrem com as desigualdades capitalistas, também são as mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Com o aprofundamento da crise econômica, são as mais afetadas pelo fechamento de postos de trabalho e queda na renda, pois ocupam os empregos mais precários, com menor remuneração, são maioria entre os mais pobres, desempregados e trabalhadores informais”, informa a convocatória.
O chamamento lembra também que as mulheres também são maioria entre os trabalhadores da saúde e estão na linha de frente do combate à doença, sofrendo com jornadas extenuantes e falta de equipamento básico de proteção individual, o que tem ocasionado um número crescente de contaminados e mortos entre esses profissionais.
“O trabalho doméstico não remunerado e o cuidado com os filhos, idosos e doentes, que já pesava sobre as costas das mulheres trabalhadoras, com a pandemia, aumentou absurdamente. A violência doméstica e os feminicídios também têm apresentado grande aumento no Brasil e no mundo. O isolamento social, atualmente, é a única medida eficaz para evitar o contágio pela Covid-19, porém, para as mulheres, muitas vezes a casa não é um ambiente seguro”, diz o texto.
A convocatória destaca também que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-presidente Hamilton Mourão e o governador Romeu Sema (NOVO) não têm empreendido os esforços necessários para combater o vírus e garantir vida digna para a população. Ao contrário, aprofundam os ataques aos direitos trabalhistas. Por isso, o movimento pede Fora Bolsonaro, foram Mourão e fora Zema.
“O governo Bolsonaro se utilizou do aumento das denúncias de violência doméstica para defender sua política de pôr fim ao isolamento social, ao invés de apresentar medidas de suporte às vítimas e seus filhos. Ao contrário, pesa sobre suas costas a responsabilidade de zerar as verbas destinadas à Casa da Mulher, programa de combate à violência de gênero”, exemplifica.
Realidade local
Em Barbacena, as mulheres também estão desamparadas. A região não possui nenhuma Casa Abrigo, a cidade não conta com delegacia de mulheres 24 horas e o atendimento especializado de atendimento à mulher vítima de violência urge ser ampliado.
Programação
A orientação é que, nesta sexta (10), as mulheres usem roupa preta durante o dia e, a noite, coloquem um pano preto na janela de suas moradias.
Às 17h, está programada uma live-ato no Facebook da CSP Conlutas e, às 20h30, panelaço nas janelas.
A Jornada Nacional de Lutas é promovida pela Central Sindical e Popular Conlutas em todo o território nacional.
