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PROFESSORA DA UFSJ LANÇA PROGRAMA DE RÁDIO SOBRE CERVEJA E EMPODERAMENTO FEMININO NO MERCADO

Professora da UFSJ, Alessandra Vilaça, lança programa sobre cerveja em web rádio feminina. Foto: Arquivo pessoal.

Kamila Amaral

Notícias Gerais

No próximo dia 3, será lançado, na rádio web Mulheres em Evidência FM, o programa “Cervejando com Alessandra Vilaça”. A ideia do projeto é discutir, de forma descontraída, o universo cervejeiro pelo olhar feminino e criar um espaço de empoderamento das mulheres em um assunto predominante ocupado por homens. 

A Rádio Mulheres em Evidência FM é uma rádio web comandada exclusivamente por mulheres. Sua programação foi criada, exclusivamente, para ser ouvida através dos meios digitais e conta com uma série de programas com  temas pertinentes ao universo feminino, todos comandados por mulheres. “É só baixar o aplicativo na versão android e você tem uma excelente rádio em um clique. E fui convidada a ter um programa que falasse daquilo que mais amo: a cerveja”, anuncia a apresentadora do programa Cervejando, Alessandra Costa Vilaça. 

Ela, que é mestre e graduada em Engenharia Química e professora do Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos (DQBIO), da UFSJ, no Campus Alto Paraopeba (CAP), em Ouro Branco, conta que sempre teve a cerveja como bebida preferida e que encontrou na universidade um espaço para se envolver na produção do “líquido sagrado”. 

História com a cerveja

“Quando passei no concurso da UFSJ, em 2014, conheci um professor, Brener, que tinha experiência com bebidas destiladas e fermentadas. Montamos, junto com outros professores, o Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento e Tecnologia de Bebidas Destiladas e Fermentadas (TECDEF)”, relata a professora.

O grupo deu tão certo que acabou resultando em uma empresa incubadora, que faz parte de um dos projetos da universidade, a Cervejaria Montagna. A empresa atua na área de produção, desenvolvimento, formulação e validação de cervejas especiais. “Este projeto inovador oportuniza aos alunos da UFSJ, do CAP, o aprendizado prático que aprimora o processo de ensino aprendizagem, uma vez que se tem dentro da UFSJ uma planta industrial de produção cervejeira”, destaca.

Cerveja Macaúba

Atualmente, Vilaça faz doutorado,  no Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde trabalha no desenvolvimento de uma cerveja de Macaúba. 

A professora explica que a Macaúba é uma palmeira com ampla abrangência no Cerrado mineiro e possui grande versatilidade, uma vez que todas as partes do seu fruto podem ser aproveitadas. “A ideia da cerveja de Macaúba veio de uma conversa informal com uma pesquisadora da UFMG na área de produtos e processos da Macaúba, a doutora Maria Helena Cãno de Andrade, em que pensamos: será que sai uma cerveja do fruto desta palmeira?”, lembra Vilaça. 

Além da promoção de uma inovação tecnológica, o projeto de desenvolvimento da cerveja de Macaúba busca garantir ao mercado cervejeiro um desenvolvimento sustentável do mercado industrial e agregar valor a um coproduto do cerrado mineiro.

“Estou formando um grupo composto exclusivamente por mulheres cervejeiras, que atuam em todas áreas: processo produtivo, empreendedorismo, consultoria, pesquisa, processo produção, setor industrial enfim em diversa áreas deste setor. Nosso objetivo é  difundir a cultura cervejeira através do universo feminino e promover a profissionalização e o empoderamento da mulher no mercado cervejeiro”, relata a pesquisadora.

Cervejando com Alê

Imagem: divulgação.

O programa, que será lançado em 3/9, vai ao ar, quinzenalmente, às quintas-feiras às 19h. “A estreia abordará o contexto histórico da cerveja, como este “líquido sagrado” chegou até aqui e a importância da mulher e sua contribuição neste contexto histórico. Serão muitas curiosidades regadas a muito rock and roll”, adianta a apresentadora. 

Para ela, é de extrema importância mostrar a representatividade da mulher no cenário cervejeiro e mostrar que o conhecimento técnico qualificado independe do gênero. “Pode parecer que não, mas muitos homens ainda apresentam uma cultura machista e não aceitam que mulher conheça sobre cerveja. Sempre soltam piadinhas indesejáveis. Trabalhar com cerveja para mim é um prazer. E não quero mostrar que sou melhor que os homens, apenas desmistificar que mulher não entende de cerveja”, defende Vilaça.

Mercado cervejeiro e pandemia

Como todos as outros setores, o mercado cervejeiro foi afetado pela pandemia da Covid-19. Na avaliação de Vilaça, esse era um mercado em franca expansão em São João del-Rei e região. Um dos motivos para isso foi a inclusão, em 2016, das micro e pequenas cervejarias no regime tributário do Simples Nacional. 

“O cenário em  São João De Rei ainda é composto por pequenas produções de cervejas artesanais produzidas na própria cidade ou como cervejeiros ciganos. Produções em pequenas escalas que atendem apenas ao público da cidade. A cidade também pode contar com  vários estabelecimentos especializados em cartas cervejeiras que promovem uma maior diversificação de estilos ao cliente”, avalia a professora. 

Para ela, o cenário do mercado cervejeiro no pós pandemia vai demandar uma nova avaliação de investimentos no setor, para que o empreendedor implemente novos modelos de venda e a retomada do crescimento possa ser viabilizada. 

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