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SÓ NESTA SEXTA, 90 FORAM DEMITIDOS EM SJDR; SINDCOMÉRCIO COBRA AJUDA ANTI-CRISE DO GOVERNO

O presidente do Sindcomércio de João del-Rei (Sindcomércio), Wainer Pastorini Haddad. (Foto: Arquivo pessoal)

André Frigo
Notícias Gerais

Os dados estruturais da economia brasileira do final de 2019 e início de 2020 já indicavam que este ano seria de pouco crescimento, sinalizando um percentual abaixo do imaginado pelo governo. O Banco Central que incialmente apontou para um crescimento da economia brasileira de 2,4%, já havia reduzido por duas vezes esse percentual indo para 2,1%, depois para 1,68%. Com o agravamento da crise do coronavírus a taxa de crescimento praticamente zerou, chegando a 0,02%. Para o mercado as expectativas são muito mais pessimistas, com apostas que vão de 0,5% a 4% negativos. Em qualquer desses cenários a sinalização é de recessão.

O mais recente Painel de Indicadores publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava as dificuldades que setor do comércio já vinha enfrentando desde dezembro de 2019 quando teve um desempenho negativo de meio ponto percentual. Em janeiro essa queda se acentuou chegando a um ponto percentual negativo. O indicativo era de um crescimento pequeno ao final do ano com um total de 1,3%.

A pandemia do Covid-19 já provocou grande queda nas vendas e segundo um levantamento feito Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomercio – MG) essa retração pode chegar até 80% nas vendas e de próximo dos 90% no setor de serviços. Vale lembrar que o setor de serviços vinha de uma queda de 0,5% em dezembro e uma ligeira recuperação em janeiro quando teve um crescimento de 0,6%.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de São João del-Rei (Sindcomércio), Wainer Pastorini Haddad, relata que o clima entre os comerciantes da cidade é de grande ansiedade e pessimismo quanto ao futuro. “Estamos há quatro meses remando contra a maré. Dezembro não foi o esperado, janeiro choveu demais e o comércio não conseguiu recuperar. Fevereiro tivemos um carnaval fraco, com muita chuva e agora vem a crise provocada pelo coronavírus. Não estamos conseguindo respirar”, declarou.

Planejamento governamental em falta

Haddad reclama também da falta de planejamento estratégico de todas as esferas do governo, além da necessidade de socorro rápido e sem burocracia para salvar empresas e impedir demissões. “Somente ontem (27), 90 pessoas foram demitidas em São João. E a todo momento recebo informações de empresas que estão fechando e de mais demissões” afirmou.

O presidente do Sindcomércio chamou a atenção para a importância de que as ações do governo sejam rápidas, claras e sem burocracia. No âmbito municipal Wainer pleiteia que a prefeitura suspenda as cobranças de alvará das empresas e do IPTU. Do governo federal o anseio dos comerciantes é que o governo garanta pelo menos os pagamentos das pessoas que ganham até dois salários. Medida que já vem sendo adotada em vários países atingidos pela pandemia. “O governo tem de socorrer o comércio e os autônomos. Se o governo garantisse o pagamento de até dois salários já aliviava, porque com os fornecedores a gente negocia, adia os pagamentos. Mas não podemos deixar os empregados na mão, sem dinheiro e sem emprego”, avaliou.

Pressão e medo de comerciantes e trabalhadores

Haddad relata que a pressão está muito grande e que ele percebe que o medo vem tomando conta dos comerciantes e dos funcionários. Existe uma divisão entre os lojistas sobre a questão de reabrir ou não as lojas. “Tem de tirar esse grande medo da falta de dinheiro da população. Você não pode deixar o povo desorientado, com medo de ficar sem dinheiro para comprar alimentos, sem poder pagar água e luz”, defendeu.

O presidente alerta que esse é apenas o início da crise, que as consequências vão surgir até o fim do ano. A possibilidade de recessão é real e inevitável. “Esse ano de 2020 já está perdido. Temos de nos preparar para começar a recuperação em 2021. Para isso é preciso que o governo corte na própria carne e não esperar que só a população faça isso. Por que não usar o dinheiro do fundo partidário, do auxílio paletó e outras despesas que podem ser canalizadas para se transformarem em alívio para a economia do país?” questionou.

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