Assessoria de Comunicação
Universidade Federal de Minas Gerais
A cúrcuma (Curcuma longa L.) é usada há milhares de anos para fortalecer o sistema imune, aumentar a energia, combater doenças inflamatórias e problemas digestivos como a dispepsia. Prepara-se a infusão do rizoma seco em um copo d’água e toma-se uma xícara até duas vezes ao dia. Mas é preciso atenção, porque o chá é contraindicado para pessoas com cálculos biliares e úlceras gastrointestinais e também para aquelas que tomam medicamentos que interferem na coagulação, como a aspirina.
As informações são de um dos 29 verbetes que compõem cartilha produzida por pesquisadores da Faculdade de Farmácia da UFMG com o objetivo de recomendar e orientar o uso de plantas medicinais durante a pandemia de covid-19. A cúrcuma aparece junto de plantas que têm seus benefícios muito ou pouco conhecidos pela população, como o guaraná, o aniz-estrelado, a laranja-da-terra e a valeriana.
A cúrcuma aparece junto de plantas que têm seus benefícios muito ou pouco conhecidos pela população, como o guaraná, o aniz-estrelado, a laranja-da-terra e a valeriana.
Elaborada com base na literatura especializada e nas regras estabelecidas por organismos como a Anvisa e a Agência Europeia de Medicamentos, a cartilha é iniciativa do Laboratório de Farmacognosia e Homeopatia da UFMG (gnosiaH) e também vinculada ao projeto de extensão Plantas medicinais: resgate de valores e saberes.
“Listamos plantas que aumentam a imunidade e amenizam sintomas respiratórios, o que ajuda a evitar adoecimento e acúmulo de pacientes nos hospitais já sobrecarregados, e outras que previnem e combatem a depressão leve e moderada, efeito colateral muito comum nesse período de pandemia e isolamento social”, explica a professora Rachel Oliveira Castilho, que coordenou a publicação, lançada em 2020 e atualizada em fevereiro deste ano. Ela faz questão de ressaltar que ainda não há medicamento que trate a covid-19 e que o objetivo da cartilha é auxiliar em outras doenças na pandemia.
Rachel lembra que as plantas medicinais e os produtos fitoterápicos são recurso muito adotado na atenção primária à saúde e, em muitos casos, sem a interveniência de profissionais de saúde – basta pensar, entre outros, nos chás de camomila e erva cidreira feitos em casa. “A cartilha agrega informação técnica e científica ao saber tradicional e à cultura popular. E não faz apologia da automedicação. Alerta para contraindicações e orienta que se procure atendimento especializado quando os sintomas persistirem”, diz a pesquisadora, ressaltando que os fitoterápicos podem ser receitados não apenas por médicos, mas também por farmacêuticos, enfermeiros e dentistas.
A equipe responsável pela publicação é composta ainda da pesquisadora Paula Mendonça Leite, doutora em Ciências Farmacêuticas pela UFMG, e dos alunos da graduação em Farmácia Giovana Karen Barbosa de Jesus, Izabella Gomes Ribeiro Maria, Luiza Martins Rodrigues e Vinícius Costa Cruz.
A cartilha sobre plantas medicinais foi produzida com apoio da Pró-reitoria de Extensão e do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.