Início Gerais Brasil SUBNOTIFICAÇÃO DE CASOS DE COVID-19 DIFICULTA O COMBATE A PANDEMIA

SUBNOTIFICAÇÃO DE CASOS DE COVID-19 DIFICULTA O COMBATE A PANDEMIA

Foto: Reuters

André Frigo
Notícias Gerais

A subnotificação dos casos de Covid-19 no Brasil é considerada, pela maioria dos especialistas, o grande dificuldade na implementação de políticas públicas de combate à doença. Segundo o jornal O Globo, o país aparece como 14º do mundo em número de infectados pelo coronavírus, porém, é o que realiza menos testes entre os 15 países mais afetados pela pandemia. E fica muito atrás no comparativo de testes realizados por milhão de habitantes. Atualmente são feitos, em média, 300 exames por milhão de habitantes. Esse número fica longe de países com o Irã que faz 2.755 análise por milhão de pessoas ou Alemanha que examina 15.730 por milhão.

De acordo com o Informe Epidemiológico do Coronavírus elaborado pelo SUS e pela Secretária Estadual de Saúde (SES), temos atualmente em Minas Gerais 67.342 notificações de Covid-19. Deste total, de apenas 3.391 foram fornecidos os resultados dos exames, algo em torno de 5%. Desses mais de três mil exames realizados temos 2.480 (73%) com resultado negativo, 884 (26,7%) com resultados positivos e 27 mortos, o que dá uma taxa de letalidade de 3,05%. Se aplicadas essas porcentagens nas notificações que aguardam o resultado dos exames, teríamos algo em torno de 17 mil casos confirmados e aproximadamente 520 mortes. Quase 20 vezes mais do que os números anunciados até o momento

Imagem: reprodução / SES MG

Em São João del-Rei já foram notificados 225 casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus. Do total analisado, a Secretária Municipal recebeu o resultados de apenas 18 exames, ou 8% do total. Destes, três deram positivo para o Covid-19, 15 foram descartados e nenhuma morte. Se aplicada a mesma proporcionalidade nos exames que ainda aguardam resultado, existe a possibilidade de que o número de infectados chegue a 35. Mais de dez vezes o número oficial na data de hoje.

A POLÊMICA DO RELAXAMENTO DO ISOLAMENTO SOCIAL

A questão da subnotificação ganha relevância em um momento que começa a ser discutida a possibilidade de relaxamento do isolamento social. O prefeito Nivaldo Andrade, em recente reunião dos 51 prefeitos da Macrorregião de Barbacena, defendeu a reabertura do comércio em meio horário na região. Durante transmissão ao vivo na rede social, Nivaldo não esclarece como seria feita a fiscalização das lojas, nem quais ações para evitar o contágio para as pessoas que estão no grupo de risco. Além disso, não detalhou em sua fala quais as ações e planos para a possibilidade de uma aumento considerável do número de infectados.

Projeções matemáticas do site covid-19.ufsj.tech indicam que a rede hospitalar da cidade e região não teria número de leitos e respiradores suficientes caso não fosse respeitado o isolamento social em torno de 70% da população. E esta questão local é uma projeção do que pode acontecer no Brasil caso seja flexibilizada a quarentena. O estado do Amazonas é um exemplo do que pode acontecer no restante do país. Com uma taxa de isolamento social oscilando entre 50 e 60%, o sistema de saúde do estado está no limite, prestes a entrar em colapso por falta de leitos e de profissionais.

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