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BARROSO: COMUNIDADE DISCUTE MUNICIPALIZAÇÃO DE DUAS ESCOLAS ESTADUAIS

Imagem ilustrativa: reprodução / Freepik

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Está sendo discutido, em Barroso, a possível municipalização da Escola Estadual Santana e da Escola Estadual General Silvano Albertoni. Na semana passada, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), subsede de Barbacena, promoveu uma assembleia para debater a questão com a comunidade escolar.

O processo de municipalização prevê, nesse caso, que a Prefeitura passe a administrar os anos iniciais do Ensino Fundamental no município, contando com subsídios financeiros e outros suportes do governo estadual. Em Minas Gerais, a municipalização de escolas estaduais está ocorrendo através do projeto “Mãos Dadas”, do Governo do Estado.

Para o Sind-UTE, em Barroso, esse processo está sendo realizado sem diálogo com a comunidade e é permeado de dúvidas e incertezas. A professora, Sheila Oliveira de Freitas, destaca que todos os argumentos a favor da municipalização giram em torno da verba que será destinada à essas escolas. No entanto, o próprio projeto “Mãos Dadas” prevê que a verba só será concedida se houver disponibilidade orçamentária.

Já os argumentos contrários à municipalização esbarram, principalmente, na falta de clareza e informações sobre os efeitos práticos da municipalização como, por exemplo, a manutenção ou não dos trabalhadores contratados e a realocação dos servidores efetivos.

“A gente tem também questões bem sérias como a desobrigação do município de colocar professor de apoio para alunos especiais, a gente tem a questão do deslocamento dos alunos que não vão poder permanecer nas escolas municipalizadas porque não vai ter a série deles (…)”, ressalta a docente.

Mobilização

Durante a assembleia realizada pelo sindicato, foram traçadas algumas estratégias para tentar reverter a situação. Entre elas, estão a mobilização da comunidade escolar, e de autoridades, em torno do assunto. O sindicato vai colher assinaturas de pais, alunos e professores se colocando contra a municipalização.

“Essas assinaturas serão encaminhadas às autoridades, demonstrando a insatisfação da comunidade escolar”, explica Freitas.

Além disso, está sendo buscado também um diálogo com os vereadores da cidade de Barroso, já que, segundo a Lei Estadual 12.768/98, o Legislativo municipal precisa aprovar a municipalização para que a Prefeitura possa fazê-la.

“É imprescindível a aprovação dessa municipalização pela Câmara dos Vereadores e o Governo Zema está querendo passar por cima disso, ele quer ir direto sem passar pela Câmara”, denuncia a professora.

Sem informações

Ainda durante a assembleia, foram esclarecidas e levantadas algumas dúvidas da comunidade escolar sobre a municipalização dessas escolas.

“Foi possível perceber que muitas pessoas não estão informadas (…) e as que sabem alguma coisa, sabem que vai ocorrer a municipalização mas estão extremamente inseguras, com dúvidas, com medo (…)”, disse Freitas.

Prefeitura

Procurada pelo Notícias Gerais, a Prefeitura de Barroso se ateve a informar que “o assunto da municipalização está sendo discutido de forma interna e ainda não foi tomada nenhuma decisão. Assim que for decidido iremos comunicar à toda imprensa”.

Governo do Estado

Em março de 2021, no lançamento do projeto “Mãos Dadas”, o Governo do Estado o definiu como uma estratégia de fortalecimento do regime de cooperação entre Estado e municípios no atendimento educacional.

“A partir desse regime de colaboração, temos um apoio para melhorar os indicadores de educação dos municípios, o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) dos anos iniciais, e haverá um suporte para a transição desses alunos da rede estadual para a rede municipal”, disse, na época, a secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna.

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