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Em pronunciamento na noite desta terça (24), o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim do isolamento domiciliar, da proibição de transportes, do fechamento do comércio e da suspensão das aulas. Medidas que vão na contramão do que todos os especialistas do mundo vêm recomendando e do que os governos sérios têm adotado.
Medidas essas tomadas, em maior ou menor grau, por todos os municípios do Campo das Vertentes, preocupados em resguardar a vida das suas populações. Inclusive prefeitos da base de sustentação política do presidente, como é o caso de Nivaldo de Andrade, do mesmo PSL. Será que todos eles terão a coragem de sustentar as ações para contenção da propagação do vírus?
Bolsonaro afirmou, em cadeia nacional de rádio e televisão, que o coronavírus é uma “gripezinha”, um “resfriadinho”. Segundo o presidente, 90% da população não terá qualquer manifestação da doença. Se que os cálculos do presidente estiverem certos, será uma catástrofe: mais de 21 milhões de brasileiros vão contrair o Covid-19, considerando que a população brasileira soma 211,2 milhões de pessoas, segundo o IBGE.
Nosso sistema de saúde está preparado para enfrentar essa pandemia? Temos médicos suficientes para isso? E equipamentos médicos e de proteção? São João del-Rei possui 29 respiradores. Tiradentes e São Tiago, um cada. Barbacena não divulga dados oficiais, mas estima-se em torno de 40. Quantos de nós sobreviveremos ao despreparo dos nossos serviços públicos sem o isolamento domiciliar e as demais medidas de contenção da propagação do vírus?
Neste momento, cerca de 442,6 mil pessoas já contraíram Covid-19 no mundo; 18,9 mil morreram. No Brasil, já são mais de 2 mil casos confirmados e 46 mortes. Não precisa ser especialista para entender que não se trata de uma “gripezinha”. Então, fique em casa, lave bem as mãos e não acredite em fake news, mesmo quando quem contá-las for o presidente da República.