Início Gerais Cotidiano SJDR: HOSPITAIS CRITICAM POSTURA DA PREFEITURA NO ENFRENTAMENTO À COVID-19

SJDR: HOSPITAIS CRITICAM POSTURA DA PREFEITURA NO ENFRENTAMENTO À COVID-19

Foto: Juan Szczypior

Redação
Notícias Gerais

Exatos sete dias depois do Notícias Gerais publicar uma denúncia sobre a desabilitação de todos os leitos clínicos, reservados para pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19, que estão instalados nas unidades de saúde de São João del-Rei, vem a tona um novo documento: na noite desta quarta (27), o NG recebeu uma nota, assinada pelas direções da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital de Nossa Senhora das Mercês, que critica as ações do Executivo local quanto ao enfrentamento à pandemia.

No dia 20/1, Ana Laura Queiroz e Najla Passos, integrantes da equipe de reportagem do portal, assinaram uma matéria indicando que São João del-Rei não possui leitos clínicos para tratamento de pacientes com Covid-19 há pelo menos uma semana, a contar daquela data, e a prefeitura se omite sobre o assunto. Todos os que estavam disponíveis na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital Nossa Senhora das Mercês foram desabilitados.

Na ocasião, a denúncia foi feita pelo vereador Fabiano Pinto (DEM), durante live em sua página no Facebook, e confirmada pela reportagem com uma fonte ligada a Saúde estadual, que pediu para não ser identificada, mas disse que esse problema é causado pela falta de habilidade da Prefeitura de São João del-Rei de negociar a utilização dos leitos com as duas unidades de referência durante a pandemia.

Neste novo documento, os médicos ligados à gestão das instituições de saúde afirmam que, “com relação à criação de novos leitos clínicos específicos para Covid-19, tanto a Santa Casa quanto o Hospital das Mercês vêm alertando, desde março (de 2020), ao prefeito, ao Secretário Municipal de Saúde e demais autoridades acerca da escassez de fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos na nossa região”.

“Passados 10 (dez) meses de pandemia temos um agravamento dessa situação no mercado de saúde, pois muitos dos profissionais que antes atuavam na linha de frente estão se afastando por diversas razões, não havendo profissionais suficientes para reposição”, continuam.

Eles reiteram que foram feitas buscas por profissionais para atuarem na linha de frente ao novo coronavírus. Contudo, “os poucos profissionais que chegaram foram insuficientes para a cobertura das escalas”. “A gravidade da escassez de profissionais levou ambas as Instituições a tomarem a delicada decisão de suspender todos os procedimentos eletivos para remanejar as equipes e mobilizar os profissionais para os leitos já abertos na ala Covid-19”, pontuam.

“A situação da escassez de profissionais no mercado e a impossibilidade das casas de saúde resolverem sozinhas essa situação é de conhecimento das autoridades públicas que deveriam se mobilizar para ampará-las nesse momento”, criticam. A nota ainda relembra que “A Santa Casa e o Hospital das Mercês são instituições filantrópicas centenárias, cuja existência é uma demanda dos cidadãos são-joanenses e dos municípios vizinhos e, que sempre tiveram como atividade principal o atendimento à população das Vertentes”.

“A Santa Casa e o Hospital de Nossa Senhora das Mercês estão fazendo todo o possível para atender as necessidades da sociedade nesse momento de pandemia, cabe agora, aos gestores públicos, aqui incluindo os governantes, assumirem as suas responsabilidades e cumprirem o seu dever legal e constitucional de garantir a assistência integral à saúde de todos os cidadãos. Trata-se de obrigação do Município, observando os princípios da universalidade e equidade do SUS, organizar os seus serviços próprios ou contratados para garantir o melhor atendimento aos casos leves e moderados de COVID-19“, sinalizam.

Manutenção independe do número de pacientes

Sobre a criação de 40 novos leitos de UTI, divididos igualmente entre Santa Casa e Hospital das Mercês e reservados para pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19, o documento reforça: “a manutenção desses leitos depende de uma estrutura complexa com profissionais especializados e capacitados em terapia intensiva, estrutura física e tecnológica aprovadas pelos órgãos públicos competentes”.

O texto segue: “o custo de manutenção dos leitos de UTI COVID é alto e independe do número de pacientes internados, uma vez que as casas de saúde devem manter a equipe completa (médicos, enfermagem, fisioterapeutas, nutrólogos, higienização etc.)”.

Em outro trecho, os diretores e provedores das duas unidades de saúde, que assinam a nota, tranquilizam a população de São João del-Rei e região. “Até o momento São João Del Rei não teve problemas, como assistimos nos noticiários do país, com desabastecimento, falta de leitos ou de equipe para o pronto atendimento dos pacientes que foram direcionados às casas conforme o fluxo definido pelas autoridades públicas”, afirmam.

“A população precisa estar segura de que as casas de saúde estão fazendo todo o possível e administrando financiamentos que são insuficientes para a complexidade dos casos atendidos”

– afirma a nota assinada por gestores da Santa Casa de Misericórdia e Hospital de Nossa Senhora das Mercês.

Confira o conteúdo do comunicado, na íntegra:

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