Assessoria de Comunicação UFSJ
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, na última quarta, 20, os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade 2019), que avaliou mais de 8.300 cursos de graduação no país, nas áreas de Ciências da Saúde, Engenharias, Arquitetura e Urbanismo, além de cursos superiores de tecnologia em ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais e segurança.
Seguindo a tendência verificada desde que o Enade foi implantado, em 2004, as instituições de ensino superior públicas mantêm a dianteira na avaliação dos alunos concluintes nas áreas priorizadas a cada edição do Exame. Dos 510 cursos que obtiveram nota máxima (conceitos 4 e 5), 82% são oferecidos por universidades públicas: federais (67%), estaduais (14,5%) e municipais (0,5%).
Na UFSJ não poderia ser diferente. Dos 14 cursos avaliados na instituição, nove conquistaram os conceitos 4 e 5, ou seja, o mesmo patamar de excelência. Medicina-CDB, Arquitetura, Farmácia e Engenharia Florestal receberam nota 5. Engenharia de Produção, Enfermagem, Medicina-CCO, Engenharia Civil e Engenharia Agronômica chegaram à nota 4. Vale lembrar que o conceito Enade, calculado com base no procedimento estatístico de afastamento padronizado, varia de 1 a 5 e, à medida que esses valores aumentam, melhor é o desempenho no Exame.
Outro destaque no relatório do Enade 2019 é a comparação das médias das graduações da UFSJ com as nacionais. O levantamento considera os cursos oferecidos no município sede, em três frentes: média geral nas provas, na formação geral e no conhecimento específico. Todos os seis cursos de São João del-Rei superaram as médias do país nesse recorte.
A pró-reitora de Ensino de Graduação, Elisa Tuler, vê os resultados conquistados pela UFSJ como reforço da superioridade das instituições públicas em relação às particulares. “A comparação com outras instituições de ensino envolve diversos fatores, mas é muito satisfatório perceber que continuamos na dianteira da produção científica e da formação acadêmica”, sustenta.
Júbilo
Essa é a palavra que define a sensação entre a comunidade acadêmica do Campus Sete Lagoas, sede dos cursos de Engenharia Florestal e Engenharia Agronômica. A Florestal, avaliada pela primeira vez, entra no time das únicas quatro federais do Brasil que oferecem o curso a conquistar nota 5.
Esse sucesso, de acordo com a coordenadora, Mayra Marques, é resultado do empenho dos alunos, alimentada pela competência do corpo docente e técnico dos três departamentos que atendem ao curso: Departamento de Ciências Exatas e Biológicas, Departamento de Ciências Agrárias e Departamento de Engenharia Florestal. “Temos percebido que, desde o estágio até o primeiro emprego, nossos alunos se destacam pela competência e comprometimento, refletindo o amadurecimento pessoal e profissional durante a vida acadêmica, aliado à identificação com o curso (sim, é apaixonante) e constante atualização dos professores com as tendências do mercado de trabalho”, declara.
Para Mayra, também, o bom desempenho do curso é tributário do trabalho do professor Renato Castro que, desde sua implantação, em 2014, “não poupou esforços nem dedicação para que chegássemos aqui, trabalhando para que nossa graduação se tornasse referência para o setor florestal.”
O professor Cláudio Manoel Teixeira, coordenador da Engenharia Agronômica, faz coro às análises da professora Mayra, e avisa que, na próxima edição do Exame, estarão juntos no conceito 5. Nesta edição, foi por muito pouco que a conquista não foi dupla – um décimo apenas. A nota de corte para o conceito 5 é 3,95, e a Agronômica alcançou 3,94. “Conscientizamos os alunos da importância de se preparem com seriedade para o Enade, no sentido de agregarem à sua formação um curso bem conceituado nacionalmente”, afirma.
Comprometimento, qualificação e competência foram, igualmente, fatores que levaram ao conceito 4 para o curso de Engenharia Civil do Campus Alto Paraopeba. O desafio para o 5 já está posto pelo coordenador, Emmanuel Teixeira, até mesmo como tributo ao trabalho de seu antecessor, professor Jackson de Oliveira Pereira, que esteve à frente da coordenação da Civil por mais de uma década. “A nota no Enade é fruto do trabalho e união de todos, e do empenho de nossos alunos. Estamos aqui por eles e temos muito orgulho em compartilhar conhecimento técnico de forma humanizada. Estamos no caminho!”, destaca Emmanuel.
Saúde
Para os cursos avaliados na área de Ciências da Saúde, permanece a certeza, entre os coordenadores, da ligação entre resultado e trabalho coletivo, do qual deriva o compromisso com a qualidade de uma formação integral, que se beneficia de um corpo técnico e docente qualificado, e da inclusão contínua dos estudantes na rede pública de saúde.
Farmácia comemora o triunfo de chegar à nota 5, mantendo o foco na diretriz de formar um profissional crítico, reflexivo e humanista, inserido nos cenários de prática desde os primeiros anos da graduação. Segundo a professora Mariana Pereira, que coordena o curso, “somos, sem dúvida, um dos pioneiros na formação de excelência para o novo perfil do farmacêutico no país.”
A professora Vânia Oliveira, vice-coordenadora da Enfermagem, lembra que a proposta pedagógica do curso busca romper com o ensino tradicional, investindo na integração entre saberes distintos, nos ciclos básico e profissional, o que permite ao estudante conhecer as reais condições de saúde da população e dos serviços de atenção. Vem daí a manutenção do conceito 4, que já indica uma performance superior à média das demais, e o estímulo para alcançar o máximo no próximo Enade. Vânia analisa: “Não basta, porém, um corpo docente com formação exímia como o que temos. É preciso também investimentos em pesquisa, extensão e pós-graduação, e em relacionamentos interpessoais pautados pela cordialidade, respeito e cooperação. Temos tudo isso na UFSJ.”
As graduações em Medicina mantiveram o grau de excelência. Todos os concluintes, do Campus Centro-Oeste Dona Lindu (53 alunos) e do Campus Dom Bosco (26), fizeram as provas. Em Divinópolis, a Medicina teve desempenho equivalente ao anterior, consolidando-se, na opinião do coordenador Gustavo Rocha, como um dos melhores cursos de Minas Gerais e do Brasil. “Além disso, é importante ressaltar que, dentre os cursos mais bem avaliados no estado, grande parte são cursos novos, com currículo inovador, que prioriza a inclusão em atividades práticas de Atenção Primária à Saúde. Acredito ser esse também o grande diferencial dos cursos de Medicina da UFSJ”, salienta.
O Departamento de Medicina do Campus Dom Bosco recebeu em festa a notícia do conceito 5, logo na avaliação dos primeiros concluintes. Segundo o coordenador, Joel Lamounier, foram seis anos dedicados ao ensino público gratuito, os resultados comprovando que os recursos investidos em pessoal e infraestrutura valeram a aposta na educação médica de qualidade. “Ganha a população, ganha muito a UFSJ no cenário nacional. O curso fica mais competitivo”, diz Joel.
Dedicação e inovação
Em 2017, a nota do curso de Engenharia de Produção foi 3, o que provocou a equipe a trabalhar para melhorar o desempenho no exame nacional. Não atenta somente a critérios técnicos, mas também à motivação dos alunos e à atualização do novo projeto pedagógico, que privilegiou o envolvimento discente na pesquisa institucional, a partir de áreas específicas de fabricação e materiais para construção mecânica, aproveitando a infraestrutura departamental.
Dessa dedicação nasceu, nas palavras do coordenador Robson Pereira, “um trabalho coeso para a formação do engenheiro de produção, com ferramentas quantitativas e computacionais para gestão e otimização de processos e sistemas, conteúdos e projetos.” Resultado: conceito 4 no Enade 2019.
No curso de Arquitetura e Urbanismo, “a avaliação super positiva” da nota 5, segundo sua coordenadora, Ana Cristina Faria, passa igualmente pela dedicação coletiva de professores, técnicos e estudantes. A flexibilidade da estrutura pedagógica do curso é outro ponto a favor, pois permite a construção ampla de um conhecimento inovador. “Todos se envolvem nesse ciclo de desenvolvimento de capacidades conceitual, técnica e crítica, na tentativa de compreender as demandas sociais, espaciais e culturais a partir de diferentes escalas, relacionando um pensamento global a uma esfera local ou regional de atuação profissional”, resume Ana Cristina.