Início Gerais Cotidiano SINDICATO DOS SERVIDORES ABRE CANAL PARA RECEBER DENÚNCIAS DE ASSÉDIO NA UFSJ

SINDICATO DOS SERVIDORES ABRE CANAL PARA RECEBER DENÚNCIAS DE ASSÉDIO NA UFSJ

Foto: Najla Passos / arquivo

Kamila Amaral
Notícias Gerais

O Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Universidade Federal de São João del-Rei (Sinds-UFSJ) lançou, nesta semana, a campanha “Sua Saúde é o que Importa”. O objetivo é incentivar os profissionais a denunciarem as situações de assédio no ambiente de trabalho.

Os relatos estão sendo recebidos pelo e-mail sinds-ufsj@ufsj.edu.br. Mesmo antes do lançamento da campanha, o Sinds-UFSJ já vinha recebendo denúncias de servidores relatando pressões sofridas durante o home-office.

“Situações de assédio ocorriam antes da pandemia e do trabalho remoto. Entretanto, notamos que o trabalho remoto potencializou esse processo, muitas vezes pelos servidores serem demandados a fazerem atividades inexequíveis em trabalho remoto, serem obrigados a irem até o campus sem que recebessem EPI’s (equipamentos de proteção individual) para isso e sem a existência de um protocolo de segurança nos campi, o que no entendimento do sindicato coloca em risco à segurança física dos servidores”, afirma o assistente em Administração e coordenador de Comunicação e Assuntos Jurídicos do Sinds-UFSJ, Matheus Gomes de Almeida.

Nas peças visuais que integram a campanha, o sindicato orienta os servidores a dizer “não” às pressões ou sobrecarga de trabalho na modalidade presencial. Os técnicos-administrativos que estão em home-office são orientados a não ceder à pressão para comparecer ao local de trabalho para resolver pendências de outros funcionários, nem entregar documentos pessoalmente ou ainda comparecer presencialmente no campus onde trabalha, mesmo que para realizar atividade essencial, se não forem disponibilizados máscara e álcool em gel para proteção.

Outro ponto destacado pelo sindicato é que, com o trabalho remoto, tornou-se mais difícil a delimitação dos horários de ofício dos servidores. Segundo eles, tem sido comum que os trabalhadores recebam solicitações fora de horário do trabalho, e que realizem atividades em dias e horários atípicos.

“Outro ponto que entendemos ser assédio e que queremos coibir com essa campanha é o estabelecimento de prazos insuficientes para que o servidor realize determinada atividade. O intuito dessa campanha é tentar coibir essas situações, e encaminhar essas situações para a administração da universidade, para que sejam solucionadas e não se repitam”, enfatiza o servidor.

Denúncias

O sindicato informa que pretende compilar as denúncias recebidas e enviar à reitoria da UFSJ. O servidor que desejar terá o anonimato garantido.

“O Sinds-UFSJ tem como um de seus objetivos servir de elo entre a categoria dos técnicos-administrativos e a Direção da UFSJ, nas relações de interesse individual ou coletivo, sempre que necessário, pleiteando e defendendo sempre o filiado técnico-administrativo que trabalha na instituição”, afirma o coordenador de Comunicação.

UFSJ

Em portaria, publicada no dia 23 de março, a Universidade Federal de São João del-Rei estabelece que “ficam suspensos os trabalhos presenciais nos campi da universidade, excetuadas as funções essenciais de segurança, saúde e limpeza”.

Em nota encaminhada ao Notícias Gerais, o reitor da UFSJ, Marcelo Pereira de Andrade, afirma que, por uma questão de princípio, é contra qualquer tipo de assédio e tem atuado no sentido de preservar a vida e a segurança dos servidores e colaboradores.

“Ele citou, como exemplo, o fato de servidores(as) de uma unidade terem apresentado à reitoria um protocolo de biossegurança para o retorno das atividades presenciais. O reitor agradeceu o empenho e a pró-atividade dos(as) servidores(as), mas reiterou que, nesse momento, será mantido trabalho remoto a fim de, justamente, preservar a saúde e a segurança de todos”, diz a nota enviada pela assessoria da UFSJ à reportagem.

Assédio

Recentemente, o Sinds-UFSJ promoveu um curso, à distância, sobre gestão de conflitos e proteção do servidor na universidade, no intuito de conscientizar a comunidade da instituição e de propor opções efetivas para tratar os conflitos presentes nas relações de trabalho dentro da universidade.

No final do curso, os participantes elaboraram uma proposta de Resolução que será encaminhada ao Conselho Superior, para ser debatida a criação de uma política institucional de enfrentamento às violências e assédios na UFSJ.

“O assédio no serviço público não é uma peculiaridade do trabalho remoto na pandemia, já ocorria com o trabalho presencial. Desde quando assumimos a diretoria do sindicato, no início de 2019, planejávamos a elaboração de ações efetivas para coibir o assédio na universidade, pois víamos a necessidade de haver uma política institucional para evitar o assédio”, conta o assistente em Administração, Matheus.

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