Redação
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“Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!” é o lema do 26° Grito dos Excluídos, que este ano será exclusivamente online por conta da pandemia de Covid-19. O protesto é organizado pela confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sindicatos e movimentos populares, todo ano, no Dia da Pátria, para lembrar as desigualdades que assolam o país.
A Arquidiocese de Mariana, que compreende paróquias de Barbacena e outras cidades da região, vem promovendo uma série de lives para marcar a data e, neste domingo (7), às 8h, haverá live com a manifestação de algumas lideranças, cuja gravação será feita em Congonhas. Às 10h, ocorrerá a Celebração Eucarística, que será transmitida pela Rádio Congonhas, além das redes sociais da nossa Arquidiocese (Facebook e Youtube).
“Este ano o Grito dos Excluídos será bastante atípico e desafiador, pois estamos enfrentando esta pandemia do coronavírus, com o isolamento social. Pela primeira vez na história teremos o grito sem a presença do povo, sem manifestação de rua. Os eventos serão todos de forma virtual”, explica a representante da Dimensão Sociopolítica, Silene Gonçalves.
Ela destaca que o Grito dos Excluídos é sempre o espaço do debate, da reflexão do momento presente. “Nosso país está passando por um momento atípico, estamos vivendo uma crise dentro de outra crise. Ou seja uma crise sanitária dentro de uma enorme crise econômica e política, com ataques à democracia, aos direitos das minorias, sobretudo dos trabalhadores e trabalhadoras, sem falar no descaso e agressões a nossa mãe terra”, disse Silene.
Denúncia e o anúncio
Com dois eixos de trabalhos, o Grito pretende ser um espaço de denúncia e anúncio. “Como o ‘Basta de miséria, preconceito e repressão’, queremos refletir os maiores desafios enfrentados hoje em nosso país. O Brasil tem hoje mais de 13 milhões de pessoas em extrema pobreza. E esses números vem crescendo desde 2015, segundo os dados do IBGE. Além da miséria, da fome, do desemprego do descaso e abandono da saúde pública, cresce e agrava ainda mais a situação o preconceito e discriminação, preconceito racial, territorial e gênero”, disse.
A tríade terra, teto e trabalho, defendida pelo Papa Francisco, também faz parte das reflexões desta edição. “Queremos trabalho, terra, teto e participação! Conceitos sociais daquilo que é essencial para a sobrevivência humana. Acrescentamos a essa lista a participação como um direito fundamental na democracia. O povo trabalhador é quem constrói a riqueza desse país e precisa ser respeitado, ter seus direitos garantidos. Lutar por direitos é o que nos coloca de cabeça erguida nas ruas, nos conselhos de direitos, nas câmaras legislativas, nos tribunais, diante de autoridades políticas, econômicas, jurídicas. Lutar por direitos não é crime! Mas, é preciso também construir uma consciência de direitos, de classe trabalhadora, a partir de relações de vida, de solidariedade, de comunhão e equidade de valores humanos acima de tudo”, acrescentou Silene.
*Com informações do site da Arquidiocese de Mariana