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“R$ 8 MIL EU GASTO EM UM JANTAR EM SP”, DIZ JORGINHO HANNAS

Foto: Arquivo pessoal

Ana Laura Queiroz
Notícias Gerais

Jorginho Hannas é o que se costuma chamar de um jovem privilegiado. Aos 34 anos, possui um patrimônio de mais de R$ 2,7 milhões, declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nestas eleições. Segundo Jorginho, parte dele construído com a “bela mesada” que recebe do pai, Jorge Hannas Salim, vice-prefeito de São João del Rei, atuante em seu quarto mandato político e responsável pela doação de R$17 mil para a campanha do filho em Belo Horizonte.

É isso o que permite que se lance em aventuras políticas ousadas, como a prematura campanha para vereador em Belo Horizonte, nestas Eleições 2020. Ilustre desconhecido na capital mineira, ainda conseguiu conquistar 1.020 votos, que não foram suficientes para elegê-lo, tão pouco para garantir uma posição de suplente por seu partido Solidariedade.

Foram menos votos do que os 1.059 que o elegeram vereador em São João del-Rei, em 2016, cargo a que ele acabou renunciando, em fevereiro deste ano, para evitar um processo de cassação do seu mandato. 

“Eles falaram que eu roubei R$8 mil reais, né? (…) Eu não preciso: modéstia parte, R$8 mil é o que eu gasto em um jantar em SP, quando eu vou visitar a minha irmã”, defende-se ele, ao alegar que o processo de cassação foi uma armação feita para ele.

Mas Jorginho é persistente, otimista e tem cacife para bancar seus sonhos. Agora almeja uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nas Eleições 2022. Em entrevista exclusiva ao NG, ele faz um balanço da sua carreira política e fala sobre os novos planos.

Foto: Câmara de São João del-Rei

Confira:

Notícias Gerais – Como você avalia o trabalho durante os 45 dias de campanha? Supriu as expectativas do planejamento de campanha?

Jorginho Hannas – Nós fizemos um trabalho muito bom, modéstia parte foi a maior campanha que já houve em BH. Mas o que acontece, eu fiquei cem dias de cama. Eu bati de carro, fiz doze cirurgias e isso me prejudicou muito. Nós trabalhamos para ter 5 mil votos.

NG – O resultado não foi muito expressivo, você consegue fazer uma avaliação do que houve ou o que poderia ter sido diferente para uma campanha vitoriosa?

JH – Belo Horizonte é uma campanha muito diferente da que eu fiz em São João del-Rei. Cidade pequena você bate de porta em porta, se apresenta… Aqui nós fizemos um trabalho em nove regionais. Em quase 500 bairros, nós estivemos em 114. Tem bairro que eu fui uma vez e não consegui voltar. E aqui tem muito coronel, tem candidatos aqui que gastaram R$4,5 milhões na campanha, pessoas com mandato. Então fica muito difícil concorrer com eles, até porque a gente fez uma campanha pé de chão. Eu segurei muito dinheiro por causa da época da pandemia.

NG – A mudança de legenda foi recente, o que motivou sua saída do antigo partido nas vésperas das eleições?

JH – Eu sai do PDT no ano passado, em dezembro eu já estava sem partido. Conversei com diversos partidos aqui em BH e o melhor pra mim foi o Solidariedade. Eu tive 1020 votos, com 2800 eu estava eleito. (…) Mas foi um partido que não me arrependo de ter ido, não. Tirando o PP, que eu cheguei a procurar, o Solidariedade foi uma boa opção e eu tinha chance sim, nós fizemos uma campanha pra ganhar.

Você não tem noção de como está meu corpo, eu fiz doze cirurgias, eu tenho 162 pinos no corpo. Eu fiz a metade da minha campanha drogado de morfina, totalmente dopado. Eu tomava quatro ciclos de morfes pra conseguir andar.

NG – Na última eleição em São João del-Rei você obteve ainda mais votos que nestas eleições em BH, 1.059 votos na anterior e 1.020 nesta. Como você avalia este resultado, visto que São João é bem menor que a capital? A expectativa era de alcançar quantos votos em BH?

JH – Meu pai está no quarto mandato em São João del-Rei, eu tive já alguns problemas pessoais. Mas eu sou uma pessoa que nunca desfiz de ninguém, nem do preto, amarelo, do branco, do japonês, do refugiado, do rico, do pobre. Então muita gente gosta de mim em São João del-Rei e tem o nome do meu pai que me ajudou muito. Essa (campanha) para você ver, eu tinha na pior hipótese 4.100 votos. Eu não sei onde nós erramos. Nós trabalhamos aqui para ter 5 mil. O candidato nosso a prefeito teve 9 mil votos. Me ligou ontem desesperado, não por causa da derrota dele, mas pela minha. Ele disse “Jorginho, você era um cara de ter 6 mil votos.”

Eu morei em BH treze anos, eu fiz o colégio e a faculdade aqui. Os meus amigos eram todos do interior e acabou que todo mundo foi para a política. Eu não tinha esse ciclo de amizade em BH. (…) 1020 votos: eu estou com muito orgulho da minha campanha. E isso até para projetar futuramente… Hoje BH sabe que eu existo, apesar de não ter dado os votos que nós achávamos que teríamos.

NG – Você acha que o processo de quase cassação do seu mandato, que sofreu na Câmara de São João del-Rei, influenciou de alguma forma nestas eleições?

JH – Esse processo de quase cassação minha em São João del-Rei foi algo armado para mim. Essas passagens… Eles viraram uma folha A4 e fizeram uma passagem pela metade, sem número de vôo. A Câmara pega o que você declara e não tinha uma assinatura minha, uma rubrica minha. Ali foi uma forma de tentar prejudicar meu pai e o Nivaldo [prefeito reeleito de São João del-Rei].

Montaram um Conselho de Ética com os únicos três vereadores que eram oposição, Lívia, Dudu e Altamir. (…) Eu esperava, sim, de alguns adversários soltarem isso em BH. Mas nada nada. Quem me conhece e a forma que eu falo, eu sou um cara muito honesto, tenho muita tranquilidade. A política não é o ganha pão nosso, nós vivemos de construção civil. O meu salário de vereador em São João del-Rei era tudo pro povo, aquele assistencialismo.

Eu vivo dos trabalhos que eu faço e de uma bela mesada que meu pai dá. Eles falaram que eu roubei R$8 mil, né? Eu descobri isso dia 29 de abril, que o Leo, meu assessor, me ligou. Aí o Leo falou: “Jorginho, tem alguma coisa de errado nessas passagens suas”. De imediato, eu mandei o Leo ver o que tinha de errado, no mesmo dia eu devolvi tudo, com juros e correção monetária.

Eu vivo dos trabalhos que eu faço e de uma bela mesada que meu pai dá. Eles falaram que eu roubei R$8 mil, né? (…) Eu não preciso… modéstia parte, R$8 mil é o que eu gasto em um jantar em SP quando eu vou visitar a minha irmã

Eu não preciso… modéstia parte, R$8 mil é o que eu gasto em um jantar em SP quando eu vou visitar a minha irmã. Então, isso foi armação de Lívia, de Dudu, de Altamir para tentar prejudicar o meu pai e o Nivaldo. E não influenciou aqui não.

NG – Com o resultado das urnas, qual a expectativa para o próximo ano? Há algum plano de voltar para a vida política?

JH – Nós vamos continuar na política, sim! Vamos esperar até dezembro, vou dar uma descansada. Você não tem noção de como está meu corpo, eu fiz doze cirurgias, eu tenho 162 pinos no corpo. Eu fiz a metade da minha campanha drogado de morfina, totalmente dopado. Eu tomava quatro ciclos de morfes pra conseguir andar. Certamente, quando passar os festejos de fim de ano, nós vamos sentar com nosso grupo. Nós temos tudo pra dar certo na política.

(…) A minha reeleição em São João del-Rei estava garantida, quatro ou cinco pesquisas que saíram me colocam sempre como o vereador mais atuante em São João del-Rei. Eu fiz mais de 600 km de asfalto, mais de 3.200 exames, três projetos bons, de impacto na sociedade, o assistencialismo… Sempre atendi o povo com carinho, respeito e educação.

Eu troquei uma reeleição para fazer essa aventura. Não foi o que eu esperava, mas tenho muito orgulho do que fiz aqui, muito orgulho dos 1.020 votos e nós vamos continuar. Agora tem que ver o que vai ser, temos 2022. Quem sabe a gente não tenta uma Assembleia? Nós fizemos a grande maioria dos prefeitos aí na região do Campo das Vertentes e temos tudo pra ganhar. Está na mão de Deus.

Eu troquei uma reeleição para fazer essa aventura. Não foi o que eu esperava, mas tenho muito orgulho do que fiz aqui, muito orgulho dos 1.020 votos e nós vamos continuar. Agora tem que ver o que vai ser, temos 2022. Quem sabe a gente não tenta uma Assembleia?

NG – Gostaria de acrescentar alguma coisa?

JH – Nós tínhamos o projeto para inclusão social do deficiente, através do futebol para cego, vôlei e basquete para o cadeirante, natação para o amputado. Colocar em toda repartição pública municipal um tradutor de libras para o deficiente auditivo se sentir incluso na sociedade. Criar uma comissão permanente de pessoas com deficiência na Câmara. Dar 30% de desconto no IPTU para a empresa que desse o primeiro emprego, 30% para quem desse a oportunidade do ex-detento trabalhar para que não precisasse voltar para o crime. Deixar as escolas municipais abertas nos finais de semana para que a criança tivesse um local de lazer, para que as crianças tivessem uma aula de reforço, que o velhinho tivesse uma aula de tricô, de crochê. O Bueiro Inteligente, como fiz em São João del-Rei.  Nós tínhamos bons Projetos. Ainda temos, nós vamos contribuir muito com o estado ainda.

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