Assessoria de Comunicação
De acordo com o Censo 2010 realizado pelo IBGE, estima-se que em torno de 24% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência – seja ela mais grave ou mais leve. Independentemente do tipo de deficiência, as pessoas que vivenciam corpos fora do padrão imposto pelo ideal da sociedade hegemônica não conseguem acessar espaços simples da convivência comunitária.
Em Belo Horizonte, 70% da população cega da cidade nunca foi ao cinema e 50% nunca assistiu a um filme em DVD. São esses e outros dados, em torno da acessibilidade para pessoas com deficiência, que embasam os conteúdos e a programação do primeiro “Seminário Acessa BH”, que foi idealizado para acontecer de forma presencial em um dos Centros Culturais da capital mineira, mas que teve que se adaptar ao formato online, devido à pandemia da Covid-19.
O evento vai acontecer dos dias 26 a 30 de outubro de 2020, segunda a sexta-feira, com transmissão pelo canal do projeto no Youtube. Toda a programação terá tradução em Libras. O acesso é gratuito, fazendo a inscrição prévia pelo Sympla.
“A proposta do ‘Seminário Acessa BH’ é realizar um evento acessível e democrático tanto para o público com deficiência, quanto para artistas e demais profissionais envolvidos, promovendo o debate sobre inclusão e como garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência na vida cultural da cidade”, adianta Lais Vitral, produtora e idealizadora do seminário.
Serão realizados cinco debates, e dentre os convidados, quase metade são pessoas com deficiência. Entre os temas a serem abordados estão: políticas públicas e legislação vigente que trata da acessibilidade no Brasil; mobilidade urbana, tratando sobre como aplicar os princípios do desenho universal em busca de uma cidade inclusiva; acessibilidade nas artes, debatendo os modos de acessar a cidadania cultural; o que pode o corpo?, quando a partir dessa pergunta, artistas com deficiência ou que trabalham com arte e acessibilidade compartilham suas experiências; audiodescrição, falando sobre a importância e os desafios da acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
O escritor Pedro Muriel participa com a atividade “Prosa e literatura”, destacando como o seu trabalho traz importantes temas como a acessibilidade, os direitos humanos, a literatura e a arte. Brisa Marques, performer, jornalista, escritora e compositora integra a programação com uma “Performance Poética”.
Programação “Seminário Acessa BH”
26 de outubro (segunda- feira), 16h às 18h
Debate: Políticas públicas e legislação vigente
Uma conversa sobre a legislação que trata da acessibilidade no Brasil e a Lei Brasileira de Inclusão, que completou 5 anos em 2020.
Convidados:
Michelle Malab – Escritora. Palestrante. Graduanda do curso de psicologia. Diagnosticada com Síndrome de Asperger. Mãe de um adolescente diagnosticado com autismo grau 1
Thiago Helton – Advogado. Tetraplégico. Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB/MG
Mediação: Leonardo Gontijo – Idealizador e Presidente do Instituto Mano Down
27 de outubro (terça – feira), 16h às 18h
Debate: Mobilidade urbana
O debate vai tratar de como aplicar os princípios do desenho universal à mobilidade urbana em busca de uma cidade inclusiva. As pessoas, independentemente de sua condição física e intelectual, e também de sua raça, gênero e renda, precisam contar com uma mobilidade segura, saudável e equitativa. Essa mobilidade pode ser a chave que dará acesso a tudo que uma cidade pode oferecer a seus cidadãos, estimulando as trocas entre os diferentes.
Convidados:
Laura Martins – Autora do Blog Cadeira Voadora
Marcos Fontoura de Oliveira – Analista da BHTrans e Doutor em Ciências Sociais
Mediação: Marta Alencar – Psicóloga, fotógrafa e idealizadora da personagem agente de inclusão Tina Descolada
27 de outubro (terça- feira),18h
Prosa e Literatura – com Pedro Muriel
Pedro Muriel é um poeta brasileiro, original de Belo Horizonte, Minas Gerais. Seu trabalho autoral envolve narrativas de sua experiência cotidiana. Formado em relações internacionais, sua atuação profissional define como território as trocas culturais e as diversidades, incluindo importantes temas como a acessibilidade, os direitos humanos, a literatura e a arte.
28 de outubro (quarta- feira), 16h às 18h
Debate: Acessibilidade nas artes
Uma abordagem sobre os modos de acessar a cidadania cultural. Estarão em diálogo as relações entre a cultura e os modos de acessar com respeito à subjetividade das experiências, ao acesso cultural a espaços e propostas estéticas, por meio de recursos de acessibilidade, pela mediação humana e pela comunicação acessível.
Convidados:
David César – Produtor inclusivo e consultor de acessibilidade do Estádio Mineirão
Pedro Prata – Coordenador da Escola de Gente e idealizador do app Vem CA
Mediação: Flávia Mayer – Professora do departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. Atuação com ênfase nas áreas de audiovisual e acessibilidade, tradução audiovisual, processos de significação e audiodescrição.
29 de outubro (quinta- feira), 16h às 18h
Debate: O que pode o corpo?
Partindo dessa pergunta, artistas compartilham suas experiências.
Convidados:
Oscar Capucho – Ator, dançarino e cego.
Juliana Saúde Barreto – Atriz e Fundadora do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados
Viviane de Cássia Ferreira – Atriz e performer do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados
Mediação: Anamaria Fernandes – Professora do Curso de Graduação em Dança da UFMG e Diretora da Ananda Cia de Dança Contemporânea
29 de outubro (quinta- feira), 18h
Performance Poética – Brisa Marques
Brisa Marques é performer, jornalista, escritora e compositora. Tem 2 livros de poesia, lançados, respectivamente, em 2009 e 2018, “Entre as veias de fato” e “corpo-concreto”. Tem músicas gravadas por parceiros de diversas partes do mundo. Concebeu e atuou nas performances “Preparação para o fim do mundo”, em 2012, realizada no SESC Palladium; e “1banda3”, no SESC JK, em BH. Criou e apresentou os programas “Cardápio Cultural”, exibido pela BH News; “Ação ilimitada”, na Rede Minas; “Casa Aberta”, “Lusofonia, os vários sons da língua portuguesa”, “Disco de Pelúcia” e “Estúdio vivo”, exibidos pela Rádio Inconfidência; da qual foi também Diretora Artística.
30 de outubro (sexta- feira), 16h às 18h
Debate: Audiodescrição – a importância e os desafios da acessibilidade para pessoas com deficiência visual
O objetivo é apresentar a audiodescrição, recurso de acessibilidade que, ao ampliar o entendimento sobre obras e eventos culturais, esportivos, turísticos, pedagógicos e científicos, entre outros, aumenta as possibilidades de autonomia e participação social das pessoas com deficiência visual.
Convidados:
Anita Rezende – Roteirista e locutora de audiodescrição
Bianca Dantas Anacleto – Roteirista e editora de audiodescrição
Elizabet Dias de Sá – Consultora em audiodescrição
Mediação: Lais Vitral – Gestora e produtora cultural
O “Seminário Acessa BH” é uma realização de Lais Vitral com gestão da Vitral Bureau Cultural. O projeto foi aprovado no Edital LMIC 2018-2019 – Fundo Municipal de Cultura, oriundo da Política de Fomento à Cultura Municipal (Lei 11.010/2016).