Douglas Caputo
Especial para o Notícias Gerais
O deputado federal Aécio Neves (PSDB) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por recebimento de propina e corrupção passiva. A acusação foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal nessa quinta (30).
Segundo a PGR, o parlamentar mineiro teria recebido R$30 milhões da Odebrecht mais R$35 milhões da Andrade Gutierrez entre os anos de 2008 e 2011, quando ocupava cadeira de senador por Minas Gerais.
Em troca das vantagens indevidas, o então senador teria beneficiado as construtoras em licitações para obras de infraestrutura como a do Rio Madeira e das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.
Conforme o texto enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), as provas reunidas pela PGR apontam “a existência de um pernicioso e perene esquema de troca de favores, cujo epicentro é Aécio Neves, configurando um sistema institucionalizado de corrupção”.
As investigações chegaram até Aécio por meio de delações premiadas de executivos da Odebrecht. Eles revelaram que as operações contaram com um sistema sofisticado para lavar o dinheiro, envolvendo doleiros, transportadoras e até uma empresa no exterior. Agora, cabe ao STF decidir se aceita ou não a denúncia da PGR.
Defesa
Em nota enviada à imprensa (íntegra abaixo), a defesa de Aécio diz que recebeu com estranheza a denúncia, já que o inquérito é sigiloso e os próprios advogados do parlamentar desconhecem o conteúdo da investigação.
“Essa notícia causa surpresa e indignação. Não há e nunca houve qualquer crime por parte de Aécio Neves. Foi demonstrado exaustivamente que as conclusões alcançadas pelo delegado são mentirosas e desconectadas dos próprios relatos dos delatores e, o que é mais grave, das próprias investigações da PF. Aliás, tamanho é o absurdo do presente caso que os próprios relatos dos delatores desmentem-se entre si. Basta lê-los. Depois, mais uma vez a Defesa vê-se surpreendida com vazamentos sistemáticos de inquérito sigiloso, sendo certo que nem mesmo os advogados tiveram acesso à referida denúncia para rebatê-la. Por fim, a Defesa confia que o Poder Judiciário promoverá a análise detida e imparcial dos fatos e chegará à única conclusão possível: não há sequer indício de crime por parte do deputado Aécio”.