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ATÉ A MARIA FUMAÇA SE ADEQUA AOS TEMPOS DE COVID-19

Em tempos de novo coronavírus, até a bicentenária Maria Fumaça teve que se adequar aos novos protocolos de segurança. Foto: Juan Szczypiot

Juan Szczypior
Notícias Gerais

A Maria Fumaça, o famoso trem que corta 12 quilômetros da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), ligando São João del-Rei a Tiradentes, volta a trilhar seu caminho novamente depois de seis meses com o passeio suspenso em função da pandemia da Covid-19. Agora, adaptado para atender às novas normas sanitárias e garantir a segurança de seus passageiros. E o Notícias Gerais embarcou para saber como está sendo essa volta às atividades.

“Ficamos seis meses parados. Fez muita falta, não só para nós, funcionários, que gostamos do trem, mas para as pessoas da cidade, para a economia de São João e Tiradentes, da região de modo geral”, afirmou o maquinista Alexandre dos Campos, que trabalha há 19 anos com a Maria Fumaça.

Apaixonado pelo trem, ele conta que todos os protocolos de segurança estão sendo cumpridos. “Agora estamos voltando, graças a Deus, e com todos os protocolos de segurança, claro”, acrescenta.

Segundo ele, a capacidade máxima do trem, que era de 250 pessoas, foi reduzida para 133. “Os bancos estão separados, é obrigatoriedade o uso da máscara, álcool em gel e equipamento para aferição da temperatura. “A empresa tem uma preocupação muito grande não só com os funcionários, mas com os turistas também”, diz Alexandre.

Um bolo para a Maria Fumaça

O maquinista também compartilha recordações sobre suas quase duas décadas de trabalho. “A gente lida com gente do mundo inteiro, né? Vem muito artista do mundo inteiro, muita gravação de filme, mas um fato interessante é que, no aniversário da Maria Fumaça em 1999, quando a locomotiva fez 90 anos, nós reunimos e falamos: vamos cantar um parabéns pra ela [a locomotiva]”, recorda.

O maquinista conta que os funcionários compraram até bolo. Mas depois de cantar parabéns, ninguém pode comê-lo. “Compramos um bolo e cantamos o parabéns. Mas na hora de comer o bolo, eu falei: ‘o bolo é dela’. Abri a porta da fornalha e joguei o bolo lá dentro, porque esse era dela. A turma riu e não acreditou, depois a gente comprou o nosso”, recorda o maquinista, bem humorado.

Ele também cita os funcionários mais antigos, do tempo em que a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) ainda fazia viagens comerciais. “O pessoal antigo tem muita história, porque antigamente o trem cobria 700 quilômetros, né? Aí tem muita história. Mas foram foi erradicando [a ferrovia], e ela passou a cobrir apenas 200 quilômetros. E isso até 1983, quando a função comercial da Maria Fumaça oficialmente acabou e ficaram só esses 12 km de função turística, São João – Tiradentes”, resgata.

Trabalho na pandemia

Mesmo durante o início da pandemia, quando o mundo parou, os funcionários da VLI, a concessionária que opera o trem turístico, continuaram trabalhando. “Nós continuamos trabalhando. A parte da manutenção nunca para. Recebemos nossos salários em dia e continuamos trabalhando. Só que em vez de trabalharmos de quarta a domingo, trabalhamos de segunda a sexta, mas a manutenção tá tudo em dia, certinho”, finaliza ele.

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