Wanderson Nascimento
Notícias Gerais
“Simba é um cachorro de porte médio a grande, que vive em um sítio, na zona rural de Dores de Campos, junto com outro cachorro, o Fred, um pastor alemão, porém o Simba é mais fujão”, conta sua tutora, Marina Ramalho, que tem um grande carinho pelos animais.
Na última terça, dia 22 de junho, o irmão de Marina foi até o sítio, como de costume eles vão todos os dias, e encontrou Simba perto da porteira, deitado, todo machucado. Segundo Marina, parecia que ele havia levado uma pancada na cabeça, estava bem desnorteado.
Seu irmão trouxe Simba e eles foram procurar ajuda em Barroso, porém a veterinária estava em cirurgia e não pode atender, então voltaram até uma clínica em Dores de Campos, onde o cachorro foi atendido, com higienização e colocação de curativos dos machucados.
Segundo Marina, Simba é um cão muito tranquilo e não tem hábito de entrar em propriedades, nem de mexer com animais de outras pessoas, o que geralmente é causa de agressões a cães na zona rural. “Ele não tem histórico nenhum dele ter mexido com criações do pessoal lá na região do sítio, então não sei o que levou a isso”, declara.
Ela explica que aparentemente Simba foi atingido com golpes de foice e até por um tiro de arma de chumbinho, tendo em vista uma perfuração no corpo do animal.
Confira, abaixo, mais fotos de Simba, antes de receber atendimento veterinário.
Registro da ocorrência
Os donos então registraram um boletim de ocorrência. Maria foi informada de que não precisaria saber exatamente quem foi o agressor para fazer o B.O. Agora os donos estão analisando as imagens de câmeras de monitoramento de vizinhos, para tentarem descobrir o autor, uma vez que nas câmeras da casa eles não conseguiram ver nada.
O estado de saúde de Simba é estável e ele se recupera dos cortes profundos que sofreu. “Está bem, graças a Deus, não foi possível suturar, porque tem todo um cuidado, e já havia passado mais de seis horas desde o ocorrido, mas estamos cuidando com medicamentos e trocando curativo todos os dias”, explica Marina, dizendo que não sabe precisar quanto tempo irá gastar para estar 100% recuperado. “Espero e acredito que não demore”, conclui.
Legislação de proteção aos animais
De acordo com a Associação Amigos dos Animais de Dores de Campos, o município não dispõe de nenhuma legislação que trate especificamente dos maus-tratos a animais, o que seria um avanço para a causa dos animais na cidade.
Outros municípios da região apresentam leis que têm por objetivo garantir a proteção dos animais. Um exemplo é Lagoa Dourada, onde o prefeito Ronald Pereira sancionou, nesta quinta-feira (24), a Lei nº 2.149/2021, que cria o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA).
O Conselho tem como objetivo incentivar a guarda responsável dos animais, acompanhar, discutir, sugerir, propor e fiscalizar as ações do poder público em prol da legislação de proteção animal. A lei, de autoria e competência do Executivo Municipal, foi aprovada pela Câmara Municipal na última segunda-feira (21).
A assinatura aconteceu nesta quarta-feira (23), juntamente com a cadelinha Malu, que foi castrada no projeto Castramóvel, parceria entre Prefeitura Municipal e CIGEDAS.O documento pode ser acessado no site da Prefeitura Municipal de Lagoa Dourada ou pelo link https://cutt.ly/Dn5CLDa.
Maus-tratos recorrentes
O caso de Simba veio à tona justamente quando outro caso de agressão chocou os internautas, porém em Belo Horizonte. No entanto, o fato teve um desfecho mais grave e triste.
Um sargento da Polícia Militar matou um cachorro nesta quinta-feira (24) no bairro Letícia, em Venda Nova, Belo Horizonte. O caso gerou revolta no dono do animal, que estava com ele há 11 anos, e em pessoas que presenciaram a cena. O policial alegou que foi atacado pelo animal.
De acordo com o boletim de ocorrência, o dono do cachorro, o analista de sistemas Alberto Luiz Andrade Simão, de 55 anos, contou que prendeu Yankee, nome do animal de estimação, por meio da coleira a um poste de ferro e foi comprar carne em um supermercado. Segundo ele, uma criança o avisou que o cachorro teria soltado e saiu correndo pela avenida Elias Antônio Issa. No meio do caminho o cão dele e a cadela do policial se estranharam e o militar atirou contra o animal.
Ainda de acordo com o analista de sistemas, mesmo com o cão caído ao solo, o militar deu outro disparo. Segundo o boletim de ocorrência, nesse momento, o dono do animal ferido disse: “Você é louco, matou meu cachorro”. E o autor dos disparos disse que ele era irresponsável e que não deveria deixar o animal solto na rua. O tutor de Yankee alega ainda que o militar disse que ele tinha sorte por não levar um tiro na cara.
Já a polícial que estava à paisana contou que transitava com sua cachorra filhote para ir até um pet shop na avenida quando o outro cachorro veio em sua direção. Na versão dele, o animal tentou atacá-lo e investia contra sua cadela. Ele disse que gritou contra o cão que continuou o atacando.
O militar alegou que deu um primeiro disparo é que mesmo ferido, o animal continuou tentando atacá-ló e, por isso, ele atirou novamente. A reportagem procurou a Polícia Militar sobre o caso e aguarda retorno.
As informações sobre o assassinato do cachorro em Belo Horizonte são do jornal O Tempo.
