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HOSPITAIS DE BARBACENA E SJDR NEGAM BAIXO ESTOQUE DE OXIGÊNIO E INDICAM PREÇOS ALTOS DE INSUMOS

Foto: Ministério da Saúde

Wanderson Nascimento
Notícias Gerais
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No último dia 18 de fevereiro, o governador de Minas, Romeu Zema (NOVO), declarou que o Estado pode sofrer com a falta de oxigênio para pacientes com Covid-19 em alguns hospitais e afirmou que o nível de estoque do insumo é baixo, mas ainda não há registro de desabastecimento. O Notícias Gerais entrou em contato com casas de saúde de São João del-Rei e Barbacena para averiguar como está o estoque de oxigênio nas instituições, bem como a situação dos insumos para intubação de pessoas durante a pandemia.

A informação foi dada pelo governador à Rádio CBN Juiz de Fora. Na ocasião, ele explicou que “o risco é maior nas cidades pequenas que têm hospitais e unidades de saúde onde são utilizados cilindros, e não o gás que fica em um grande tanque abastecido por um caminhão, como um posto de gasolina”. “Como esses cilindros duram três ou quatro horas, existe sim um risco de desabastecimento, mas nós tomamos todas as medidas para que isso seja regularizado o quanto antes. Temos um baixo nível de estoque, mas ainda não chegou a faltar”, pontuou Zema.

O diretor do Hospital Ibiapaba CEBAMS, de Barbacena, Aguinaldo Corrêa, aponta que as notícias que estão sendo veiculadas em relação a risco de desabastecimento são no sentido mais de prevenção, para que as instituições não sejam afetadas. No entanto, ele confirma a fala do governador em relação ao tamanho dos cilindros. “Nós entramos em contato com a empresa que fornece oxigênio para o hospital e realmente não há nenhuma previsão de falta de abastecimento ao hospital. Portanto, estamos, a princípio, tranquilos neste momento. Nós trabalhamos com grandes tanques de oxigênio e a dificuldade que há é em relação aos cilindros, que não é nosso caso”, explica.

Quanto aos insumos utilizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Corrêa afirma que o hospital conta com estoque suficiente para os próximos dias, mas o mercado – de maneira geral – está em condições que dificultam para os hospitais. “Não é que tenha falta, mas os preços estão abusivos para o consumo, o que já aconteceu o ano passado e vem se repetindo novamente. É isso que estamos tentando negociar, fazendo contatos para ver como a gente consegue fazer para abastecer o hospital para os próximos períodos, mas a gente alerta que está muito preocupante essa valoração que estão colocando em cima das medicações e dos materiais hospitalares”, conclui.

A Santa Casa de Barbacena, em nota, sinaliza a situação dos insumos e estoque de oxigênio na instituição. “O país está vivendo um momento muito delicado e, realmente, a compra de medicamentos está muito complexa devido ao alto consumo e dos preços que elevaram muito. Com relação ao oxigênio, o consumo aumentou demasiadamente, porém, até o presente momento não temos notícia oficial sobre a possível falta”.

Em São João del-Rei, a superintendente administrativa da UPA do município, Glaydes Barroso da Silva, também relata que não há desabastecimento de oxigênio. “Estamos com o estoque de gases medicinais (em quantidade) normal, mas oficializamos para empresa Alfagás a possibilidade de mais abastecimento. Estamos em contato permanente para não haver desabastecimento”, revela.

A reportagem entrou em contato também com o Hospital Nossa Senhora das Mercês, de São João del-Rei e, até o fechamento dessa matéria não obteve resposta.

Hospitais relatam aumento abusivo do preço de insumos

Idec pede que Cade investigue abuso nos preços do “kit intubação”. (Foto: iStock)

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) pediu, na terça (23/3), que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigue aumentos abusivos nos preços de medicamentos do chamado “kit intubação” – que inclui bloqueadores neuromusculares como o rocurônio e o atracúrio, sedativos como o propofol e o midazolam, e analgésicos como a fentanila.

Nos últimos dias, por conta do aumento expressivo no número de casos e internações em todo o país, diversos órgãos e entidades têm chamado atenção para o esgotamento iminente dos estoques e o aumento exorbitante nos preços.

“Preços elevados de tecnologias de saúde configuram-se normalmente como os principais custos sobre serviços de saúde, tanto no sistema público quanto na rede privada. Grande parte desses produtos são importados, enfrentam barreiras de acesso como concentração da produção e apresentam pouca ou nenhuma transparência na formação de preços”, diz trecho da petição enviada pelo Idec ao Cade.

Em sua petição, o Idec pede que o procedimento preparatório seja transformado em um inquérito administrativo e que o órgão coloque atenção especial nos medicamentos utilizados nas UTIs.

* Com informações do Instituto de Defesa do Consumidor.

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