Kamila Amaral
Notícias Gerais
Na madrugada desta terça (12), o humorista Smarly Braz, residente em Barbacena, denunciou em sua conta em uma rede social estar sofrendo ataques homofóbicos por um indivíduo que utiliza perfis falsos na internet.
Segundo o humorista, os ataques acontecem a cerca de três meses, mas “apenas como insultos ligados ao meu peso e aparência”. Nas últimas mensagens, no entanto, o agressor subiu o tom das ameaças. “As coisas começaram a ficar mais intensas, ligadas à minha orientação sexual. Dizendo que o mundo está desse jeito devido aos homossexuais e por aí vai”, afirma.
Os ataques são registrados pelo Instagram por meio de perfis fakes (contas sem identificação do dono, sem fotos, amigos ou seguidores). “Logo após eu ler as mensagens, os perfis são bloqueados e, em seguida, são desativados”, explica o humorista. Ele acredita se tratar de uma ação individual. “Quando eu realizo o bloqueio da conta, ele retorna com outra nova dizendo que não adianta bloqueá-lo”, revela.
Denúncia
Quando percebeu a seriedade do que estava enfrentando, Braz procurou a polícia. “Depois da última ameaça que contém uma parte dizendo ‘Fica atento porque tua hora vai chegar’, (vi) que pode ser considerado como ameaça de morte. Então realizei um Boletim de Ocorrência a fim de descobrir o autor das ameaças”, conta.
“bOLSONARO TINHA QUE COLOCAR VOCÊS TUDO NUM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO IGUAL ANTIGAMENTE”
– declara o ameaçador anônimo.
Para o humorista, expor o caso é uma forma de escancarar a homofobia que existe no Brasil e ainda mostrar que “a internet não é uma terra sem lei”.
“Homofobia mata e isso é um dado comprovado. As pessoas precisam entender que homossexualidade não é doença e que somos pessoas tão normais quanto heterossexuais. Lembrando que o Brasil é o país que mais mata LGBTQ+ em todo o mundo”, ressalta.
Homofobia é crime
No Brasil, a homofobia é crime. Está incluída na chamada “Lei do Racismo”, que engloba também crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”.
A pena pode variar de pagamento de multa até cinco anos de prisão.
“a internet não é uma terra sem lei”
– aponta Smarly Braz, humorista.