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POR TRÁS DAS MÁSCARAS: DESAFIOS E ROTINA DE QUEM CONTINUA TRABALHANDO EM TEMPOS DE PANDEMIA

João Pedro Justino
Especial para o Notícias Gerais

O combate ao corona vírus é diário. Garantir comida na mesa e as contas em dia exigem auto-cuidado redobrado e muita criatividade dos trabalhadores.

Para entender a rotina por trás das máscaras em São João del-Rei, entrevistei quatro trabalhadores de setores diferentes. Confira abaixo a entrevista com Zulmea Dias, catadora e presidente da Associação de Catadores de São João del-Rei (ASCAS).

A presidente conta que, em tempos normais, 14 pessoas trabalham diariamente na coleta de material reciclável na ASCAS. Com a chegada da pandemia, os associados passaram a evitar coletas na rua e só separam os materiais recebidos por doação. O trabalho passou a se concentrar no galpão, onde os associados adotaram um sistema de rodízio, permitindo que apenas três pessoas trabalhem na separação do material e formação de fardos.  

A diminuição da coleta afeta diretamente a renda dos catadores – que aguardam os benefícios do Auxílio Emergencial do Governo Federal. “O nosso serviço é um serviço limpo, honesto. Nós somos lutadores! Trabalhadores”, afirma ela.

“Só peço que o prefeito valorize nós, porque é um trabalho bonito que tamos fazendo, é um trabalho arriscado, ainda mais com esse corona vírus aí.”

Após a entrevista, Zulmea enviou uma carta pública, elaborada pelo grupo Agenda Urbana Brasil e sociedade civil. O documento defende uma campanha de separação de lixo doméstico durante a quarentena e adoção de medidas mais rígidas na coleta. No dia 13 de abril, a carta foi protocolada no Ministério do Meio Ambiente, via e-mail. Até o fechamento desta matéria, o grupo não recebeu resposta.

As últimas pesquisas sobre o vírus COVID-19 informam sobre a disseminação por contato com materiais. No aço ou plástico dura 72 horas, no papelão 24, por exemplo. Se não for separado e descartado corretamente, o material pode infectar outras pessoas, principalmente catadores.

Como e onde funciona a ASCAS?

O galpão da ASCAS funciona de segunda à sexta-feira de 7h às 14h, na Rua Prefeito Lourival Gonçalves de Andrade, Vila Belizário, sem nº (próximo a ponte nova que leva ao bairro Caieiras). Confira os materiais que podem ser encaminhados: papelão, plástico (pet, pet óleo), ferro velho e vidro. Só não recebem isopor, televisão (eletrônicos) ou lenha.

Você pode ajudar!

Uma campanha de arrecadação de materiais de limpeza e alimentos está acontecendo para apoiar os catadores da ASCAS. Interessados podem entrar em contato nos telefones (32)99915-2095 e (32)98814-4386.

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