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RETOMADA DAS ATIVIDADES LETIVAS TEM QUE SER DEFINIDA COLETIVAMENTE, DIZEM MEMBROS DA UFSJ DURANTE EVENTO ON-LINE

Foto: Ascom/UFSJ

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Na manhã desta quarta (17), no I Congresso Nacional da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), membros da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) discutiram o cenário e expectativas para a universidade no contexto da pandemia do novo coronavírus e apresentaram os projetos desenvolvidos pela universidade no combate à doença.

Mediado pela jornalista e professora do curso de Comunicação Social – Jornalismo da UFSJ, Luciene Tófoli, o debate on-line contou com a participação da vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFSJ (Adufsj) e professora do curso de Medicina, Ana Pimentel; da nutricionista e técnica-administrativa, Ana Flávia de Abreu; do professor dos cursos de Enfermagem e Medicina, Alexandre Ernesto Silva; e da professora do curso de Engenharia de Bioprocessos, Daniela Fabrino. 

Realidades dos campi

Cada participante representou uma das cidades que sediam algum campus da UFSJ. O professor Alexandre Silva – do Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO), em Divinópolis – apresentou o panorama atual da epidemia na cidade – que, até terça (16), possuía 278 infectados e dez mortes por Covid-19. 

Silva chegou a traçar uma análise da ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com a doença. “Com 83% dos leitos disponíveis, a situação é estável e aparentemente confortável. No entanto, com o aumento do número de casos nas duas últimas semanas, simultaneamente a flexibilização do comércio, a gente tem preocupações acerca disso”, salientou. 

Em seguida, o docente enumerou as ações desenvolvidas no CCO para enfrentamento da pandemia. Entre elas, a fabricação de álcool em gel e a utilização dos laboratórios de biologia molecular, para testagem pela técnica de PCR em tempo real.

Ainda segundo avaliação de Alexandre, a verificação de infecção pelo novo coronavírus utilizando testes rápidos não é a ideal. “A testagem é fundamental para analisar a velocidade e comportamento do vírus para (assim) tomar decisões e subsidiar intervenções”, completou.

Universidade presente e preocupação regional

A representante do Campus Sete Lagoas (CSL), a nutricionista e técnica-administrativa, Ana Flávia de Abreu, também expôs a realidade da pandemia no respectivo município, onde o número de casos confirmados de Covid-19 quase dobrou nos últimos oito dias. 

Abreu relaciona o aumento dos casos com a flexibilização e reabertura do comércio em Sete Lagoas. “Com o aumento no número de casos, o Governo do Estado até retrocedeu a macrorregião Central à onda branca do programa ‘Minas Consciente’”, disse.

A servidora comentou ainda sobre a situação de incerteza que se vive quanto a retomada das aulas presenciais na instituição – ou mesmo, a adoção de qualquer outra modalidade de ensino.

No entanto, Ana Flávia aponta que o trabalho da universidade persiste mesmo com a paralisação das aulas. “A universidade não está parada, nunca parou. Ainda estão sendo desenvolvidos projetos e pesquisas”, afirmou. 

Já o cenário epidemiológico de São João del-Rei e demais cidades do Campo das Vertentes foi considerado uma preocupação a curto e médio prazo.

“Estamos vendo uma curva ascendente significativa… a situação é preocupante, não é confortável. Acho importante colocar isso para ser refletido pela universidade”, frisou a vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFSJ (Adufsj) e professora do curso de Medicina, Ana Pimentel.

A docente observa que os processos de adesão ao programa “Minas Consciente”, e consequente flexibilização do comércio, e o aumento do número de casos de Covid-19 em São João del-Rei estão ligados e são simultâneos.

Ensino público, gratuito e de qualidade

Quanto a retomada das atividades letivas, segundo os profissionais, a preocupação está em garantir que não haja naturalização da desigualdade entre os estudantes.

“A gente tem que colocar a igualdade com acesso central, para gente pensar a retomadas das aulas quando for possível…. com a igualdade sendo parte constitutiva desde planejamento”, declarou a professora de Medicina.

O pensamento é compartilhado pela professora do curso de Engenharia de Bioprocessos, no Campus Alto Paraopeba, em Ouro Branco, Daniela Fabrino. “É preciso atender, a médio e longo prazo, todas as diversidades, sem grande prejuízo na qualidade do ensino”, ressaltou.

Segundo a professora do CAP, Ouro Branco tem várias especificidades que devem ser consideradas, como a presença das mineradoras na região e o fato de que, segundo estudos recentes, 40% dos alunos egressos do campus trabalham.

“As mineradoras não pararam os serviços e, mesmo tomando todos os cuidados, agora que elas estão testando os funcionários os números de casos confirmados têm aumentado. Só não tem confirmação se não for testado. Quanto mais testes, mais confirmações”, afirmou.

Pronunciamento da reitoria

O atual reitor da UFSJ, Marcelo Pereira de Andrade, fez uma breve participação no encontro virtual e tranquilizou a comunidade acadêmica sobre o retorno das atividades. “Vamos enfrentar esta situação juntos. Temos saídas que a universidade terá que construir coletivamente”, destacou.

A mesa-redonda virtual da UFSJ teve um pico de 93 participantes, entre convidados e ouvintes. Dois tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) participaram para tornar o evento mais acessível. 

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