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BATE PAUS LANÇA PROJETO PARA RESGATAR SEUS QUASE 90 ANOS DE HISTÓRIA

Foto: divulgação.

Kamila Amaral
Notícias Gerais

Em abril do ano passado, em meio a pandemia da Covid-19, o Grêmio Recreativo Escola de Samba (GRES) Bate Paus deu início ao projeto “Memória Verde e Rosa”. A Bate Paus foi fundada em São João del-Rei em 1933, ainda como rancho carnavalesco, e é a escola mais antiga, em atividade, da cidade. 

O projeto Memória Verde e Rosa é uma das iniciativas pensadas para comemoração dos 90 anos da agremiação e tem como objetivo colher depoimentos, fotos, filmagens, notícias e outros conteúdos para resgatar e documentar a história da Bate Paus. A ideia é que, ao final dos trabalhos, esse material seja compilado em um site de acervo digital da escola e em um documentário. 

Um projeto como esse não poderia ter outro símbolo que não o senhor Jacy Andrade, o Beleleu, que é o integrante mais antigo da Bate Paus. 

“A ideia final é apresentar esse documentário aqui na nossa comunidade com uma grande festa, com ele presente. Esse é o sonho”, vislumbra Leonardo Mendes, membro da agremiação e um dos idealizadores do projeto. 

O jornalista e pesquisador Mauro Lovato está atuando como consultor do projeto e destaca a importância de se conhecer e prestigiar a história de uma escola tão antiga e que se manteve por tanto tempo. Ele destaca que a Estação Primeira de Mangueira, por exemplo, uma das mais tradicionais escolas do Carnaval carioca, foi fundada em 1928. 

“O Bate Paus nasceu como rancho, que era um grupo de pessoas que saíam fantasiadas cantando uma marcha. Não tinha samba naquela época, o samba ainda estava se difundindo. Então, o Bate Paus ele vem sendo Carnaval desde antes do samba se popularizar”, conta o pesquisador. 

Lovato ressalta também o valor histórico e cultural da Bate Paus enquanto uma escola de samba oriunda de um bairro preto e periférico que se manteve durante todos esses anos com pouca, ou nenhuma, ajuda do poder público. 

“Os moradores têm a escola como o principal símbolo a nível cultural da comunidade”, afirma. 

A foto mostra o Senhor Beleleu, o mais antigo integrante da Bate Paus
Beleleu, o mais antigo integrante da Bate Paus. foto: Arquivo pessoal

História Viva

Em uma live realizada em outubro do ano passado, o projeto Memória Verde e Rosa foi lançado oficialmente. Na ocasião, o Sr. Beleleu foi entrevistado e falou sobre a história da escola e sua transformação com o passar do tempo. 

“Eles fizeram um Bumba-meu-boi que fala, né? Fizeram uma armação de bambu, cobria, colocava a cabeça de boi (…) e eles saiam brincando aqui no bairro Senhor dos Montes mesmo. Ficaram uns quatro ou cinco anos brincando só aqui no bairro mesmo”, recordou. 

Em pausa

Devido a pandemia da Covid-19 e a dificuldade de recolher os materiais com os membros da comunidade, até porque muitos moradores não têm acesso a internet, a coleta desses depoimentos, fotos, vídeos e documentos está suspensa temporariamente. 

No entanto, já foi produzido o que pode ser considerado um teaser do documentário que resultará do projeto Memória Verde e Rosa e conta um pouco mais sobre a iniciativa. 

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